
Antes de qualquer coisa, tenho que explicar minha ausência (de novo): Meu fim de semana foi satânico (só voltei pra casa segunda-feira), minha gata comeu chumbinho, um ex voltou do quinto dos infernos pra me atentar a vida e, pra piorar, eu resolvi upar um Warlock no World of Warcraft.
Qué dizê, tá tudo de pernas pro ar, mas vou tentar ao máximo evitar que isso bloqueie minha criatividade, tá? Não fiquem bravas comigo.
Max é a Margareth Tatcher de Vitorinha, mas até ferro funde quando submetido à alta pressão.
Vamos ao e-mail de hoje, que tem muito a ver com o e-mail da semana passada, mas dessa vez as duas são bee’s. Resolvi postar pra dar uma abordagem diferente:
Assim como a bee iludida que pediu sua ajuda com o caso do amigo hétero, eu também tenho problemas com uma amizade. A diferença é que ele não é hétero, é viado mesmo! O conheci há alguns meses quando marcamos pegação pela internet. Ficamos, e eu acabei me envolvendo mais do que deveria, mas ele não correspondeu o interesse. Disse que gostaria de ser apenas meu amigo, e eu aceitei na boa.
Começamos então aos poucos uma amizade que acabou se tornando bem intensa: atualmente, nos vemos praticamente todos os dias. Se não conseguirmos nos ver, ao menos nos falamos na internet ou por SMS. Ele me conta sobre todos os caras que pega por aí, eu também conto dos meus casos, como qualquer amizade normal entre duas bichas. Até aí, tudo bem.
O que ele não sabe, é que até hoje sou perdidamente apaixonado por ele. E tenho até hoje minhas dúvidas sobre o que ele realmente sente por mim, se é apenas amizade, ou algo mais. Já ficamos algumas vezes depois que decidimos sermos amigos, mas sempre bêbados, no fim da noite, sem pensar.
O que mais me deixa confuso, assim como a bee do amigo hétero, são as demonstrações de carinho, principalmente quando não há ninguem em volta: beijos no rosto, abraços gratuitos, e noites inteiras dormindo de conchinha (sim, abraçadinhos, seminus, às vezes com os rostos colados).
Mas quando isso acontece, eu fico com medo de dar qualquer “investida”, e ele também não passa deste limite. Já percebi que ele tem ciúmes de mim de vez em quando, principalmente se eu fico com algum cara e não conto para ele. Eu também morro de ciúmes, mas tomo cuidado para não demonstrar nada.
Enfim, toda vez que ficamos sozinhos e o “afeto” começa, fico na esperança de rolar algo mais, mas nunca acontece. Se ele fosse hétero eu já teria me conformado e partido para outra, mas nunca pensei que me encontraria nessa situação com uma bicha! O que faço? Como descubro o que essa bicha realmente quer de mim, Max?
Já dizia o profeta: “Não bebereis com beesha amiga, pois quebração de louça é abominável aos olhos de Zeus”. Pederalipse 18:22
Friendzone é uma expressão criada pelos americanos para designar aquela situação na qual você está apaixonado por uma pessoa e essa pessoa quer apenas amizade com você. É muito mais comum em casais de amigos heterossexuais, uma vez que, diferente da gente, a maioria deles é incapaz de continuar uma amizade depois de trepar.

Geralmente a friendzone é determinada pela mulher, ou quem tiver a vagina na relação, isso porque nossa sociedade escrota faz questão de ensinar a mulher a usar a vagina para conseguir bens e favores, em vez de orgasmos.
Mas por mais que vocês se considerem femininas, não são mulheres, e têm kooceta. Por um lado isso é uma bênção, pois mistura todo o desprendimento masculino com a delícia de se poder usar o sexo para conseguir o que quer.
Explicado o que é friendzone, podemos continuar. O fato das beeshas se pegarem quando bêbadas, pelo menos por parte da gay que é o alvo da paixão da outra, não quer dizer necessariamente que exista um interesse sexual ou amoroso.
Posso citar inúmeros casos de amigas bee’s que eu já peguei quando bêbada, e isso não mudou em nada nossa relação. Algumas vezes, inclusive, já dormimos de conchinha também e até já fiz sexo com um deles. Mas bobagem, o segredo é saber separar o que impulsiona nossas atitudes quando estamos bêbados.

Picão preto
Outra coisa é a questão dos ciúmes. Anwar, uma gay amiga minha sobre a qual sempre falo aqui, já deixou bem claro que odeia me ver pegando alguém ou até mesmo presenciar homens me paquerando. Tudo por ciúmes, sim, mas são ciúmes inocentes, de amigo mesmo. Sabe aquele ciúme que o pai tem da filha sair com o namorado?
Esse ciúme do pai, apesar de ter uma gotinha de machismo, é mais uma tentativa de proteger a filha de qualquer mágoa, ou de perdê-la para essa nova relação que dá a ela o que ele não pode dar: PICA.
Por isso, a minha dica é: Se vocês têm uma amizade tão forte, deveriam ter a liberdade de discutir esse assunto.
Você já controlou essa paixão por tempo demais, e saber que ele não sente o mesmo por você só tem a ajudar a tornar essa relação ainda mais forte e baseada numa certeza de que são amigos, em vez daquela dúvida que nunca nos deixa ser 100% livres para confiar no outro.
É melhor sofrer de uma vez só que ficar desconfortável a cada demonstração de afeto ou declaração de amor FRATERNAL.
Entretanto, se a resposta dele for positiva, e a paixão for recíproca… aí você não é menino e sabe bem o que fazer, né, beesha? Já tá escolada na arte de servir um chá de koo concentrado.
Afinal, amor não garante relação e não tem Dráuzio Varella que diga que chá faz mal à saúde (exceto os de cogumelo).