DENÚNCIA GRAVÍSSIMA: Homofobia na Vale do Rio Doce


Apenas vejam a imagem abaixo do jornal que está sendo veiculado pelo Sindicato dos trabalhadores da Vale do Rio Doce, o Sindifer, sobre uma denúncia feita dentro da Vale por um funcionário:

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Minha reação a esse tipo de notícia:

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PORQUE UMA VERA VERÃO SÓ NÃO É SUFICIENTE PRA EXPRESSAR MINHA INDIGNAÇÃO!

Como pode um funcionário que está ali com o mesmo mérito que qualquer outro ser obrigado a ouvir uma agressão moral grave dessas? Não aceito!

Transexualidade como fuga da homofobia


MACHÃONa última semana li nos comentários algumas beeshas comentando sobre a vontade que muitos gays afeminados têm de transicionar a fim de fugir da homofobia sofrida no meio gay, devido ao fato desse meio hoje em dia supervalorizar o masculino e deixar as coitadas de lado quando a intenção é pegação, namoro ou casamento.

Por um lado eu concordo veementemente com isso, diversos foram os gays que eu conversei e todos me disseram que em algum momento de suas vidas pensou nessa possibilidade, no quanto seria mais fácil conseguir um namorado se fossem mulheres.

E aí eu resolvi tirar prints das minhas conversas no Badoo (um site de relacionamento com muita gay, mas predominantemente hétero), pra você, beesha afeminada, não se iludir achando que ser transexual é mais fácil.

Tá, não vou ser hipócrita em dizer que não pego mais homem. Pego sim, e só homem gostoso, homens que eu JAMAIS pegaria se fosse menino. Porém, observem que na maioria das vezes o relacionamento acaba nisso.

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Primeiro, vejam como ficaram as minhas estatísticas com dois dias que eu entrei no Badoo:

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Agora, observem as conversas (algumas são bem humoradas, pra quebrar o climão hahaha):

Clique nas imagens para ampliar

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Quer dizer, tirando alguns poucos casos, na maioria absoluta das vezes somos tratadas como meros objetos sexuais, uma tara secreta a ser satisfeita.

Pouco importando o que você sente, ou pelo que você já passou, seu corpo está ali como um bem comum. Um corpo modificado e construído unicamente para o deleite sexual masculino, nada mais.

Será que o lado de cá é realmente mais simples? Não se iludam, a única fuga é a heterossexualidade.

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E o novo comercial da H2OH?!


A PepsiCo ousando. Eles lançaram um comercial com referências lésbicas – e até feministas, de certo ponto. Na campanha da H2OH! Limoneto, intitulada Affair,  um casal conversa na cozinha. Enquanto o homem prepara o jantar, a mulher chega do trabalho e insinua… Melhor você assistir:

É sutil? É sutil, mas já é uma referência positiva.Tiago Pinto, diretor de marketing da PepsiCo, falou sobre a campanha:

Nos últimos tempos o público tem se habituado a ver retratados em filmes, novelas e nas redes sociais novas situações e contextos sociais que ele já presenciava em seu dia a dia. Nesta nova campanha, sentimos que H2OH! também precisava acompanhar esse movimento e por isso, optamos por trazer para o filme uma cena que traduz a ousadia, a autenticidade e modernidade da marca, características que já são reconhecidas pelo consumidor de H2OH!

Para nós pode ser uma bobeira, mas tratar do tema em uma marca de refrigerante num país cada vez mais careta é uma grande ousadia. O vídeo vai ao ar na TV aberta de noite, no comercial da novela Amor à Vida (Globo).

E vocês, o que acharam?

Cobertura da Parada Gay de Vitória [2013]


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Olha aqui! Eu quero dizer pra vocês que todas deveriam me amar MUITO depois do esforço que eu tive que fazer pra ir na Parada Gay com o calor diabólico que estava fazendo!

Nem acreditei que tive forças de sair, porque no dia anterior fui pra Nova Almeida (de novo, não me conformei com a péssima experiência da última vez).

Lá bebi tanto que, além de ter sido abordada por um cigano que em vez de tentar ler as pregas da minha mão me falou sobre uma nova técnica cigana de leitura de pregas do edi, acabei de madrugada numa cama de solteiro com um boy que nem faço ideia do nome, apenas me lembro da sensação de girar, girar, girar e ter três orgasmos. Nada. mais. me. lembro.

[youtube https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=v396cL6lCqE#t=101]

Me arrumei toda por volta de 14 horas, e assim que botei o pé na rua cada fio da minha progressiva pediu arrego e num passe de mágica eu pulei de cosplay de Jessie J. para Gal Costa. Mas mesmo assim, fui, guerreira, prestigiar a luta LGBT.

Infelizmente

Por outro lado, o calor tem suas vantagens: A nudez é uma delas.

Absolutamente toda a Grande Vitória estava seminua, e se meus peitos de hormônio já estivessem grandes o suficiente com toda a certeza eu teria tirado a camisa e feito um protesto legislativo a la Indianara Siqueira.

Mas oportunidade é o que não vai faltar, APENAS ME AGUARDE, VITÓRIA, ME A-GUAR-DE.

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Eu em breve na Fernando Ferrari

Estava uma gracinha a parada, principalmente por causa da nova lei municipal aprovada em Vitorinha, que instaurou o dia contra a Homofobia e foi repetida o tempo todo em cima do palco.

Sim! O palestrante toda hora pegava o microfone e gritava: “A lei foi aprovada, se vocês sofrerem violência disquem 100”. Avisando aos homofóbicos que o bagulho ficou doido!

Como resultado, não vi violência, apenas uma correria louca na praia (e foi até poético ver aquela boiada estourando ao longe) que até agora não sei o motivo. Caso alguém saiba, favor me explicar nos comentários, pois eu vi uma fila de 20 policiais indo pra trás do palco e de repente o estouro de gente.

UPDATE: Informantes me disseram que havia um carro de som tocando funk atrás do palco e que a fila de 20 policiais foi, com toda a sua delicadeza, pedir pros meninos desligarem. Daí a confusão.

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Entretanto, também vi depoimentos de pessoas que passaram por isso:

“Gostaria de saber de fato qual esta sendo o objetivo dos Manifestos LGBT? Pois o que se viu em todas elas foi grupos de funkeiros reunidos e agindo de forma inadequada com algumas pessoas que simplesmente esbarravam neles.”

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… os funkeiros me trataram muito bem…

Ah! Outro ponto interessante eram as frases faladas por um menino no trio, super nonsense, seguem algumas das quais me lembro:

“Gay vivo não dorme com o inimigo”

“Vitória é sapatão!”

“Quem é de Feu Rosa grita agora!”

Entre outras que a Brahma não me permite lembrar. Mas era visível o constrangimento das pessoas na rua.

Eu só olhava assim pro trio:

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No mais, parabéns a todos os envolvidos. Nem tenho ideia do quanto deve ser desgastante promover um evento desse porte, e qualquer contratempo deve ser relevado diante do trabalho maravilhoso que eles fizeram. ❤

Dali eu fui pra Rua Sete, no Centro, pra ver o samba.

Mas os homens estavam muito atacados, um me perseguiu por toda a rua quando eu fui comer, dizendo que queria “me atravessar”. E outro que, quando eu passei, simplesmente meteu a mão no meu peito e apertou! Cadê o cavalheirismo, minha gente?

Os boys tavam assim no evento:

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Seguem as fotos da cobertura. Mas antes de tudo, quero agradecer à Jéssica Telles pela maravilhosa homenagem ao desenho Pokémon, com seu cosplay de Cyndaquil!

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Separadas por um Professor Oak

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Cobertura completa no Moqueca Mídia, clique AQUI.

Bafo! Homofóbico arruma confusão na porta do Celebration!


Tô só o veneno hoje e ainda tenho que receber uma notícia dessas!

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Vocês conhecem a produtora Antimofo, né? Famosa pelo público gay friendly, faz festas alternativas pela cidade e muito sucesso entre o público mais jovem.

Agora, o que vocês não sabem é que eles estavam sendo alvo de ameaças de fechamento por parte de um vizinho. Várias foram as denúncias e em todas a produtora simplesmente resolveu mostrando seus alvarás em dia.

Acontece que o motivo, que até então se pensava ser apenas em relação à bagunça que fica na rua durante as festas, foi revelado: Homofobia!

Segundo a produtora, ele já havia furado dois pneus de uma cliente e sempre que via gays na portaria esbravejava seu ódio, deixando claro o real motivo do incômodo com o cerimonial.

Tem até vídeo!

[youtube https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=nx91HGRP5dg]

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Wilson, cheio de si, de garrafa na mão e peito estufado, foi pego pelas câmeras de segurança ameaçando e proferindo ofensas homofóbicas contra os clientes que estavam na porta do cerimonial.

E aí eu pergunto pra vocês: ele vai ser preso por incomodar a ordem pública sendo homofóbico?

Não, ele não vai! Porque não existe lei específica pra isso e somente se ele tivesse agredido o Rike (o que ele evitou ao máximo fazer, espertamente) teria sido configurado um crime.

O que vai acontecer? Esse cara provavelmente vai voltar a aparecer na porta do Celebration, vai voltar a incomodar as pessoas e por mais que o Rike chame a polícia, eles não poderão dar voz de prisão por “ofensa/agressão homofóbica”.

Por isso que eu friso tanto aqui pra vocês no blog, até ficar chato: VIADOS, LUTEM NESSE CARALHO!

A população sabe que nós somos vistos como cidadãos de segunda classe e desde que não nos agridam fisicamente, podem nos tratar como bem entenderem, sem retaliação da lei.

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No mais, parabenizo a Antimofo. E que fiquem as senhoras baladeiras espertas e pensem, quantos produtores ou boates fariam isso por vocês? Quantos se arriscariam dar a cara a tapa (ou a tiro) pela segurança dos seus clientes?

Pois é, tem muito dono de boate por aí que é que nem o reitor da Ufes: todo mundo sabe que existe, mas ninguém nunca viu.

O que faz uma mulher quando descobre que o namorado é gay?


Letra A: Xinga o rapaz todo por ele não ter contado pra ela desde o início;

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Letra B: Compreende que a homofobia é enorme no país e entende que essa foi a única saída do namorado;

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Letra C: Não satisfeita em ofender o rapaz, ofende também toda comunidade LGBT ao sugerir que seu namorado, por ser gay, pegue HIV.

A foto abaixo foi publicada num grupo de pegação gay

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Xingar o namorado tudo bem, mas relacionar sua homossexualidade com HIV já é vandalismo!

E esse lixo de comentário está circulando pelos blogs famosos com o título de “atitude incrível da moça”. Incrível? O que tem de incrível em ser homofóbica?

Não se mete com meu bonde não, porrãm!

Não se mete com meu bonde não, porrãm!

Um tipo de campanha incoerente


Acabei de acordar e dei de cara com a seguinte notícia na minha timeline:

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O projeto fez o uso dos boys deliciosos acima para angariar fundos para uma empresa que luta contra a homofobia e o bullying na sociedade. Ótimo, uma gracinha, se você olhar por um lado.

Porém, eu fiquei pensando, como pode uma empresa que luta contra o bullying, sofrido muitas vezes por pessoas que não têm o corpo dos remadores, fazer uso da cultura hegemônica de beleza quando a intenção é ganhar dinheiro?

Sexo vende, nós já sabemos disso desde o primeiro episódio de Queer as Folk. Mas o que vale mais, uma ideologia ou algumas centenas de de dólares?

Isso pra mim soa como se as feministas, que lutam contra a objetificação do corpo da mulher, fizessem um calendário cheio de mulheres gostosas semi-nuas para juntar dinheiro para financiar uma campanha contra a violência contra a mulher.

Falta coerência no discurso.

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É uma coisa a se pensar, a intenção do projeto pode ter sido das melhores, mas não é um tiro no pé fazer o uso da imposição estética, responsável pela homofobia internalizada e pelo bullying contra os quais você luta, para bater uma meta monetária?

Tá que têm fotos ali que mostram um contato íntimo entre os homens (como um fazendo a barba do outro) que passa uma mensagem legal contra o machismo e a falta de contato físico masculina. Mas qual a lógica de fazer tudo isso com eles pelados no meio do mato com baldes pendurados na piroca? A mensagem por si só não seria passada se eles estivessem vestidos?

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Se eles fossem gordos eu tenho certeza que arrumariam uma forma alternativa de passar as mensagens sem precisar explorar o corpo. Mas quando é sarado, parece que o jornalismo punheteiro toma conta da cabeça dos fotógrafos e eles se esquecem do discurso nocivo que pode surgir.

Por isso que eu digo que, mesmo com a melhor das intenções, eles não fugiram da fórmula mágica do homem sarado pelado que lotam nossas campanhas contra a homofobia e vendem um padrão de beleza ideal que tanto oprime quem não se enquadra.

Até que ponto a super-exposição de corpos de homens sarados em campanhas contra a homofobia ajudam ou prejudicam a própria luta contra essa homofobia, principalmente contra a homofobia internalizada?

PENSEM, BEESHAS, PENSEM!

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Professores gays repreendem menos a homofobia na sala de aula


Uma pesquisa realizada pela Universidade de Millersville, na Pensilvânia comprovou que professores homossexuais tendem a advertir menos situações de homofobia dentro do ambiente escolar por medo de serem prejudicados. O estudo realizado com mais de 350 professores e diretores locais, demonstrou que esses profissionais tem medo de que a intervenção ao chamado bullying homofóbico possa repercutir de maneira negativa. “Eles temem pelo trabalho ou pela repercussão de serem vistos como gays”, afirmou Tiffany Wright, que participou da pesquisa publicada pela revista “TES”.

Segundo Wright, mais de um terço dos professores entrevistados temem que seus empregos fiquem em risco, caso a sua sexualidade seja descoberta. Dois terços dos entrevistados responderam que raramente ou nunca veem outro professor intervir quando presencia algum comentário homofóbico. E ainda pior: 59% disseram que já ouviram comentários homofóbicos feitos por outros professores.

Fonte: http://migre.me/fP8LS

Na Reversal Russa quem sofre com o protesto é você!


Recentemente a Rússia vem passando por uma onda de homofobia que só se pensava ser possível em alguns países africanos. Gays são perseguidos, humilhados, agredidos e até sequestrados por homofóbicos, tudo isso sob o olhar de aprovação da mídia e do Estado.

Vários foram os protestos pelo mundo, e até alguns artistas entraram na manifestação solidária que se espalhou.

Acontece que um dos protestos foi bem chocante e expressivo. Trata-se de uma drag queen alemã, a Barbie Breakout, que pegou uma linha e uma agulha e… vejam o vídeo que é melhor:

[youtube http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=H0D4_zGNy24]

01245]Dica de um monte de gente que insistiu pra postar isso aí

MARCHA DAS VADIAS – Vitória 2013 (SlutWalk)


Brasil. Espírito Santo. Vitória. 20 de julho de 2013. Na capital do estado que tem o maior índice de violência contra a mulher no país, cerca de 300 vadixs saíram às ruas em mais um edição da Marcha das Vadias (SlutWalk). Durante toda a caminhada, xs manifestantes fizeram batucada e utilizaram megafones para gritar palavras de ordem contra o machismo, o racismo e a homofobia. O grupo reforçou a oposição a projetos do Congresso, como a ‘cura gay,’ e também criticou a Igreja Católica, considerando a questão do aborto. A manifestação recebeu demonstrações de apoio durante o trajeto, como aplausos, buzinaços e acenos nas varandas.

Veja o vídeo que fiz registrando a marcha, com depoimento de várixs manifestantes dando suas razões para estarem na rua:

 Foi lindo!

Homofobia na Calourada de Biologia


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É complicado… estava planejando hoje fazer um BCG super engraçado, com situações atípicas que aconteceram na Calourada.

Mas parece que todo fucking ano eu tenho que me estressar com gente homofóbica nesse curso que, diga-se de passagem, é cheio de beesha omissa.

Ano passado foi a gordofobia que tive de impedir. Gritavam aos plenos pulmões termos ofensivos para as gordas presentes. Subi no palco, dei meu recado e desci.

Mas como gente escrota não tem limite, quando não conseguem cagar por um preconceito, vêem-se obrigados a procurar por outros. Dessa vez foi a homofobia: Foi entoado inúmeras vezes um maldito coro usando o nome de um aluno e o termo ‘viado’: ‘Fulano, viado’, como fazem em jogos de futebol quando querem denegrir alguém, sacam?

Sem contar a homofobia habitual que acontecia toda vez que um calouro do gênero masculino não conseguia beber a quantidade de doses de vodca barata que eles achavam “hétero o suficiente”.

Ou seja, sempre relacionando o “ser viado” com ser fraco e pouco respeitável.

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Como assim? Que naturalização da homofobia é essa? Dentro da sua casa vendo seu futebol você pode chamar quem quiser de viado, mas num microfone, num local aberto dentro de uma universidade você deve o mínimo de respeito aos presentes.

Logicamente, me irritei com aquilo, porque eu não podia acreditar que um curso repleto de gays permitisse um tipo de comportamento tão execrável como aquele em cima do palco.

Inicialmente eles pararam, mas foi o tempo de 30 segundos que eu saí para pegar uma cerveja, que consegui ouvir de lá do balcão o mesmo coro.

Voltei no ódio

Voltei no ódio

E aí eu te pergunto: Coincidentemente, o fulano que foi chamado de viado também é negro, e se em vez de gritar “fulano, viado”, gritassem “fulano, macaco”? SERÁ que a resposta do público seria a mesma? Ambos são animais, não são?

Eu te respondo: NÃO, não seria! A população jovem desse país aprendeu a pelo menos não fazer o uso desse termo, enquanto a homofobia segue como um preconceito banal, “é comum xingar os outros de viado”, fui obrigado a ouvir de uma menina que tentava me acalmar… oi?

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Mas é exatamente por ser comum que eu me incomodo, é exatamente por NINGUÉM se manifestar contra a desqualificação de toda uma classe, que se faz necessária uma intervenção nesses momentos.

E o pior, quando subi no palco para contar que segunda-feira irei à ouvidoria denunciar os responsáveis, tive de ouvir alguns gays me xingando de feminazi e vários outros nomes que não me cabem repetir.

Só que isso não me incomoda, eu sei quem é cada um, a vida vai tratar de tirar com lâmpada fluorescente esse sorriso debochado e conformista das suas caras. Mas independente disso, vou continuar lutando pelo respeito que vocês, apesar de não merecerem, vão se aproveitar.

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Lembrem-se, o silêncio e a omissão também são formas de violência.

Dica para as estudiosas


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Acho que já falei desse grupo aqui no blog, mas acho importante repetir.

É o GEPSs – Grupo de Estudo e Pesquisa em Sexualidades, ministrado pelo professor, e meu fofíssimo orientador, Alexsandro Rodrigues. Lá a gente discute temas como preconceito, diversidade de gênero, feminismo, sexo, psicologia, entre outros.

Então, queria convidar vocês a participarem dos nossos encontros, independente de você estudar na Ufes ou fazer alguma faculdade, não importa, o legal é que você compareça, mesmo que seja só para ouvir e aprender.

Nossos encontros acontecem todas as quartas-feiras, às 18h30 , na sala 21 do IC-IV.

Pra quem for dar uma passadinha lá hoje, dia 17, fica a dica da discussão da semana:

Documentário: “Olhos azuis

O sociólogo Eduardo Gianetti é quem faz a apresentação deste documentário sobre preconceito. O vídeo acima, intitulado Olhos Azuis, trata da experiência feita pela professora estadunidense Jay Elliott, sobre pessoas que promovem discriminação colocadas na situação dos discriminados.

Algo que poderíamos chamar de “espelhar a situação”, para a pessoa sentir literalmente na própria pele o que é viver o preconceito, o racismo e a discriminação. De fato, uma maneira engenhosa de fazer o outro se colocar no lugar do outro. E que pode ser utilizada não apenas quanto ao preconceito e racismo, mas com outras formas de discriminação, como sexo, política, religião, obesidade, deficiência, bullying etc.

Seja a senhora hétero, gay ou estudante encubada de engenharia, apareça, serão todas bem-vindas.

Sem contar que vocês terão o prazer de me ver sendo linda, engajada e debatedora ao vivo e a cores. Isso não tem preço, néam?

Para mais informações, clique AQUI

Dia do homem? Dia da homofobia!


songweaverEu sumi, gente, eu sei, mas é porque o Aion lançou uma classe nova e vocês me conhecem, não consigo me segurar em jogar até chegar no level máximo.

Tava começando a escrever agorinha mesmo o post de análise do meu ponto de vista sobre a Rouge House, apesar do Dé já ter feito a dele, muitos leitores pediram também a minha opinião durante a festa de sábado.

Só que não tem a possibilidade de eu me concentrar em fazer um post sobre isso, enquanto a minha timeline inteira está tomada de postagens homofóbicas sobre o dia do homem e de gays tendo a pachorra de se vangloriar por ter essa tripa no meio das pernas.

Por isso, vou fazer um apanhado geral e comentar cada uma delas.

Caso 1: Gays e o dia do homem

Eu ia postar o link de um blog que fez um texto sobre ser gay no dia do homem, mas o texto foi tão escroto e cheio de misoginia, que eu acho que ele se tocou e apagou aquela merdinha.

Que eu me lembro, era um texto repleto de clichês do tipo “Existem muito mais gays machos do que se imagina”, “nós também somos homens com H” e a máxima do final, “feliz dia do homem até pra você, afeminado, que apesar disso ainda é homem”.

Tchau, não quero mais militar por gente assim.

Tchau, não quero mais militar por essa gente

Nossa, me dá raiva de ler essas coisas. Macho, Homem com H, você é homem APESAR de afeminado? Que porra é essa?

Nós gays não temos que nos orgulhar de forma alguma de fazer parte da noção hegemônica ou heteronormativa do que é ser homem, aliás, temos é que ter vergonha.

Porque é por causa dessa dicotomia de gênero, dessa separação idiota baseada em leis vazias de comportamento (que ninguém sabe de onde veio, quem criou, mas todo mundo insiste em respeitar como se fossem naturais) que milhares de gays são agredidos nas ruas todos os dias, que travestis e transexuais não têm sua identidade de gênero respeitada, que mulheres lésbicas são humilhadas por não incluírem um pênis nos seus relacionamentos e que a diversidade da nossa classe fica cada vez mais limitada aos flyers de Parada Gay.

Eu, enquanto você fica toda dura tentando manter sua masculinidade

Eu, enquanto você fica toda dura tentando manter sua masculinidade

Ser gay e se orgulhar de ser homem, é se orgulhar de fazer parte de uma instituição falida, opressora e genocida, responsável pela homofobia que você sofre.

Caso 2: Ariadna e a transfobia

Lógico, alguma trans eles iam pegar pra Judas. E quem melhor pra sofrer que ela, a mais conhecida trans do Brasil?

Muitos brasileiros tem um particular ódio da Ariadna porque ela é bonita, não tem características do sexo masculino e com certeza alimenta um recalque extremo nos homens transfóbicos que sabem que pegariam ela.

Como resultado, sempre que chega esse maldito dia do homem, é o dia da transfobia na página dela. Cata a última:

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Deram “feliz dia do homem” pra ela, já dá pra imaginar. Até aí tudo bem, não esperava menos desse Facebook cheio de gente calhorda.

O que me incomodou é que ela fez um texto gigante dizendo o “quão homem ela teve de ser” pra chegar onde chegou:

“Bom dia. Ontem, devido a tantas ofensas retruquei me igualando a certas pessoas. Não e fácil ser ofendida e atacada e ficar quieta. Meu instinto defensor falou mais alto que eu.

Então, decidi deixar uma mensagem a todos que me desejaram e que vão me desejar feliz Dia do Homem. Eles me dizem: Feliz Dia do Homem. Sim, muito obrigada.

Fui muito homem pra realizar meus sonhos e chegar aonde cheguei. Fui homem demais pra comprar duas casas. Homem demais pra ter meu carro. Pra ajudar minha família. Homem demais pra ir pro outro lado do mundo fazer uma cirurgia arriscando minha vida pra me tornar uma mulher. Fui homem demais pra ganhar o direito de ser reconhecida por lei como mulher. Homem demais pra continuar sonhando. Homem demais pra perceber o quão infelizes são vocês, que com suas brincadeiras imorais e irracionais tentam me ferir e me denegrir. Homem demais pra saber que vocês sempre serão esses seres infelizes e mal amados.

É uma pena que você que se julga tão mulher, não tenha caráter e força de vontade nem pra ter uma vida mais digna, perdendo tempo, me ofendendo. É uma pena que você que se julga tão homem foi menos homem que eu. Pois somente um homem mal resolvido, é capaz de ofender e maltratar.

Seja homem igual a mim e enfrente a vida seriamente. Não desista como eu não desisti. Falar de mim, me ofender é fácil. Difícil é realizar tudo o que eu já realizei sem medo de ninguém. Sem dar satisfações a ninguém”

Discurso libertador e tal, okay. Mas foi só eu ou todo mundo aqui também percebeu que ela teve de abdicar da sua identidade de gênero para adquirir o respeito que desejava?

E isso é muito comum entre as mulheres trans, sempre que é necessário se defender, fazem o uso da ideia machista de que ser homem é sinônimo de ser corajoso, bravo, trabalhador… por que ela não disse que foi muito mulher pra conseguir tudo que conseguiu?

Caso 3: Filho do Ronaldo e a capacidade de relação de fatos

Filho do Ronaldo e seu amigo esperam o pai no aeroporto pra fazer um monte de coisa que não me interessa.

Seguem as fotos:

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Muita pinta, muita ferveção e toda aquela juventude beesha que acabou de se descobrir e quer mostrar pro universo (não só pro mundo) o tamanho do seu amor pelo sexo masculino.

Elas, quando se descobrem, só falta andar assim no chão da balada:

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Até aí foda-se, todo mundo já passou por isso e não é porque a bee é filha do Ronaldo que é mais especial pra merecer uma matéria no jornal relatando a magnitude da sua pinta.

Isso se ele for gay, né? Porque ser afeminado não é garantia de homossexualidade.

O negócio é que os homofóbicos conseguiram relacionar isso com o caso do Ronaldo ter pegado a trava, VOCÊS ACREDITAM nesse absurdo?

Inúmeros comentários dizendo que ele era o “fruto do amor” do Ronaldo com a travesti, que um pai que pega travesti não poderia ter um filho diferente disso e até evangélico cagando pela boca dizendo que esse menino era um castigo de G-zuis pelo Ronaldo ter saído com uma travesti.

Um nojo, um horror! O menino só tem 13 anos, está sendo feliz tendo a coragem de ser autêntico, mesmo sendo filho de quem é. E as pessoas, que se auto-denominam de bem, parecem que têm o prazer em traumatizar e desqualificar o garoto.

Lembram do caso da menininha atriz filha de pais gays?

E pra fechar com chave de ouro, o Caso 4: Mister Catra feminista (o Word até sublinhou esse feminista de vermelho, hahaha)

Não vou comentar nada, apenas postarei dois títulos.

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Hum…

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Boa noite

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