
Sou exóticãm
Como muitos por aqui sabem, sou famosãm pelo Babado Certo pela minha androginia, criticado duramente (ui) devido a ela e, às vezes, elogiado.
Antes de eu incorporar a personalidade “Max”, muitas pessoas julgavam o meu comportamento se baseando nas minhas roupas, aparência e estilo de vida, e, na mesma proporção, mudavam de opinião ao me conhecerem. Eram situações como: “Nossa, não sabia que sua voz era tão grossa”, “Eu não sabia que era tão inteligente, pensava que você era fútil” ou então “Jurava que você era uma sapa quando te via passando pela UFES”.
Mas é aí que vos pergunto: Até que ponto a sua expressão visual é capaz de explanar a sua REAL personalidade?
Poucas são as pessoas que se vestem apenas para cobrir seu corpo, a tendência é passar visualmente as suas ideologias, idéias e traços de seu comportamento, além de valorizar pontos fortes de sua beleza. O mesmo ocorre com os lugares que frequenta, as gírias que usa e a maneira que se comporta.
Tudo isso canaliza a sua intenção de mostrar quem você é, a sua luta pela liberdade individual, de ser diferente da maioria. É o que chamo de “visibilidade”. Seja essa visibilidade GLS, visibilidade Vegan, visibilidade racial, entre outros grupos que, por serem minoria, são obrigados a mostrar que existem sem precisar falar o que são.
Mas falando das bee’s e fanchas, observo que nesse grupo, quando se inicia um relacionamento, tende-se a voltar para Nárnia, de maneira que não mais frequentam os mesmos locais, não usam as mesmas roupas e mudam traços marcantes da sua personalidade, como se estar namorando tivesse alguma influência na imagem de “bom moço” que você agora é obrigado a passar para a sociedade.
O problema é que isso ocorre, muitas vezes, por imposição inconsciente do parceiro, sim, bee’s, do parceiro, principalmente quando ele é ciumento e te impede de socializar com outras pessoas. Percebo a perda da visibilidade num momento em que ela deveria ser mais evidente, a fim de mostrar aos homofóbicos que homossexuais também são capazes de manter relações fixas sem serem personagens de propaganda de creme dental. Até mesmo aqueles caricatos, que por serem nitidamente gays, sofrem, além do preconceito quanto a sexualidade, preconceito comportamental.
Eu mesmo sempre gostei de ser solteiro, nas poucas vezes que namorei exigi que meus traços não fossem mudados. Entretanto, é ainda mais raro encontrar pessoas dispostas a respeitar essa individualidade, e, com o envelhecimento e concomitante necessidade de se “quietar o facho”, me vejo tentado a aceitar as mudanças. Claro que eu não vou passar a me vestir de bermudão e boné da Quiksilver de um dia pro outro (até porque o dia que eu fiz isso um mecânico passou por mim e gritou: “Vem aqui sapatona que eu vou te mostrar o que é gostar de pica!”).
Portanto, minhas gatiras, pelo bem de todos os militantes que morreram lutando pela nossa liberdade, não aceitem ser modificados por quem acha que você não precisaria ser tão evidentemente gay, ou tão másculo (se é que que alguém reclama disso, néam?), pois se você se sente bem dessa maneira, você precisa, é inerente a você. Quem diz te amar e exige que você se modifique não te ama realmente, pois o amor, em primazia, é a admiração e aceitação do outro, na sua essência.
Vixi, acho que incorporei alguma entidade, que romantismo é esse, garáleoãm?! Quem ta aí? Diga seu nome e a que veio!
Então, já que você leu até aqui, vamos de meme, porque é disso que as erê goshtam:

Namoro: o maior afrodisíaco