Um crime homofóbico?


Uma tragédia. Dois jovens mortos a facadas em pleno terminal de Vila Velha. A notícia ainda recente traz versões desencontradas. Saiu no Século Diário e no Gazeta Online. Alguns fatos do crime:

(…) foram esfaqueados quando o ônibus chegava ao Terminal de Vila Velha por volta das 9h30, por um idoso. (…) Uma das vítimas, morreu ainda no terminal, enquanto a segunda(…), morreu ao dar entrada no Hospital Antônio Bezerra de Faria, também em Vila Velha.

Era quase 10h desta quarta-feira quando, quem chegou ao Terminal de Vila Velha, se deparou com homem, um senhor na verdade, estirado ao chão, barriga para cima, atrás do banheiro masculino, na área do módulo da Biblioteca Transcol. Não se mexia, apenas respirava, e a custo. Os dois olhos estavam inchados e ensanguentados; a boca, aberta, também inteiramente ensanguentada. Vestia bermuda e camisa ordinárias; estava descalço, as sandálias havaianas jogadas ao lado.
Quando a unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou para socorrê-lo, uma rodinha de pessoas indignadas se formou em torno do senhor: entre motoristas, cobradores e passageiros apontavam incisivos em direção ao banheiro. Queriam que a equipe priorizasse o socorro aos jovens esfaqueados, um dentro de um dos banheiros, ainda com sinais de vida, e outro do lado de fora, ao lado do banheiro feminino. Uma grande poça de sangue se formou sob a vítima.
As versões sobre o que levou aos esfaqueamentos ainda são conflitantes. A primeira, que vinha de outras pessoas que estavam no coletivo, dá conta que um idoso surtou quando o ônibus se aproximava do terminal e esfaqueou os dois jovens.
A segunda versão é que um dos jovens teria tentado assaltar uma passageira, e o idoso teria tentado interceder. Nenhuma destas versões foi confirmada pela Polícia Civil, que investiga o caso. Esta versão, no entanto, não deve prosperar. O jovem que morreu ainda no Terminal de Vila Velha foi atingido no abdômen.
Alguns refutam a tese de assalto: uma porque não há a vítima do assalto, segundo que os dois caras tinham trabalhos e não havia qualquer possibilidade de serem parceiros de crime.
Daí que algumas pessoas no Facebook começaram a elucubrar a possibilidade de ser um crime homofóbico. Por conta das características do crime e pelo fato de, aparentemente, os dois rapazes mortos serem homossexuais.
crime homofóbico em vila velhaAqui ninguém está afirmando nada, só estamos difundindo a dúvida. Apenas queremos que esse crime seja muito bem apurado, especialmente para ser constatado se foi de fato crime de ódio.
Assim como diz alguém ali no comentário não consigo parar de pensar que a pessoa assassinada bem poderia ser eu. Na verdade, poderia ser qualquer um de nós. Quantas vezes exatamente nesta linha, exatamente naquele ponto do terminal, não fiquei de flerte ou namoricos com outros rapazes. Isso tem que acabar: homofobia mata! E não podemos aceitar viver com medo tendo que podar nossos modos de vidas, de existência nossos desejos por conta do ódio irracional de alguns. Por isso é tão importante que a apuração seja bem feita e levante o crime de ódio como possibilidade de causa. Queremos a verdade, pois ela tem implicações políticas para nós.

Nova colaboradora, Suzanne!


Olá, pessoas!

Meu nome é Suzanne Tremembé,   acho que alguns me conhecem,  serei a voz Reunião  cazamigas! da Sapa lésbica neste blog.

Aqui falarei  de coisas realmente importantes como a combinação dos signos,   senhas compartilhadas,  melhores preços de frete,  Brenda,  tinder, Ana Carolina,  a ex da ex que agora é sua esposa e muito mais!

Aceito sugestão para o primeiro post pq o que tenho em mente pode  aumentar minha pena.

Que  toda minha maldade seja perdoada, porque metade de mim é cachaça e a outra é sinuca.

Beijos de sua amiga,  Suzie.

Parada Gay de Vitória 2015 será em pleno Verãozão!


Vinhááááááádos! A parada gay de Vitória deste ano promete! O evento deste ano será no próximo domingo (11), ou seja, em pleno período de férias, em pleno verãozão!!! O que podemos aguardar – além das passivas NERVOSAS de sempre? Uhum, muito sungão branco, muito queijinho mineiro, muitas turishtas desavisadas… Oh, coisa boa! Já comprou a sunga Água de Coco by C&A para dar close de rica, fina e fashion? Já tomou aquele sol na laje para chegar ostentando uma marquinha sexy? Já comprou aquele óclão de trava by Chilli Beans? MUITO BEM!

Claro, que o manifesto não é só fervo, estamos lá para protestar – uhum – por nossos direitos. O tema desta edição é TRAVESTIR-SE DO RESPEITO & DESPIR-SE DO PRECONCEITO – pelo direito d@s pessoas Trans Femininas e Masculinas“. Fiquem atentos que terá vários eventos durante toda a semana.

Confira o mapa com a rota do percurso que será realizado:

mapa Parada Gays de Vitória

E antes que alguém venha com aquele papo clássico de putaria X ações políticas, que parada gay é mais uma pegação em local público – SEMPRE TEM ALGUÉM QUE VEM COM ESSA! -, eu acho acho que isso é maravilhoso! É incrível que nosso manifesto seja uma festa, que traga prazer, alegria e bate-cabelo junto com as reflexões, debates, presença.

Serviço
9º MANIFESTO LGBT DE VITÓRIA
Data: 11 de janeiro de 2015 (domingo)
Hora: À partir das 14 horas.
Local: Concentração próxima ao viaduto Araceli Cabreira Crespo, ao final da praia em Jardim Camburi (Final Feliz – arrasô!).

Siga o Evento no Facebook.

Em breve programação completa…

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Isso mesmo, O BLOG ESTÁ DE VOLTAAAAAAAAAARGH!!!

Mas calma, coisinha, vamos devagaaaaar, aos pouquinhos vamos atualizando o babado. Muita polêmica, muito babado, muito zenzooalidadje!!! E não deixem de contribuir mandando sugestão de post lá no nosso grupo! 😉

Vai ter mais 2 ‘Ts’ sim e se reclamar vai ter 7, um para cada cor do arco-íris.


Do jornal A Gazeta de ontem (24/07), coluna Victor Hugo:

Victor Hugo

Gente, e esse povo querendo cagar regra no movimento social alheio!

Relaxa, gato, usa LGBT, que está valendo, os Ts todos e o I é para dar conta das várias outras sexualidades, mas se usar T de trans está ok. Não precisa dar piti. E no mais, de todas as coisas relevantes que poderiam ter sido ditas sobre a questão, acho – só acho –  que essa é a menor, hein?!

ENEM E NOME SOCIAL: LEGITIMIDADE E RESPEITO


Somente a adequação da imagem corporal com o gênero de identificação não é suficiente para que a pessoa seja reconhecida como tal. Ainda restam algumas contradições, como por exemplo, a incompatibilidade entre a imagem representada e o nome que a pessoa carrega em seus documentos, o que acaba causando sérios constrangimentos para travestis e transexuais brasileiros.

E pela primeira vez no Brasil, a edição do ENEM 2014 adotou uma inovação: candidatos travestis ou transexuais poderão usar o nome social para fazer a prova, bastando fazer uma solicitação ao INEP via telefone. Segundo dados divulgados pela Agência Brasil, cerca de 70 pessoas realizaram a solicitação.

No ano passado, algumas candidatas transexuais que fizeram a edição de do Enem 2013, relataram que sofreram constrangimento na hora de apresentarem o documento de identidade aos fiscais das salas de prova. Como usam um nome social diferente do nome indicado no documento de identificação, duas estudantes transexuais disseram que só receberam o caderno de provas no primeiro dia depois de um longo processo de conferência de dados. Uma delas foi tratada como se houvesse perdido o documento de identidade. Imagem“O nome social garante que a pessoa seja respeitada no gênero em que está, para que não sofra nenhum constrangimento”, explica a coordenadora de Políticas da Região Sudeste da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e coordenadora colegiada do Fórum LGBT do Espírito Santo, Deborah Sabará.

ImagemDeborah fez inscrição no Enem e pretende usar o exame para ingressar no ensino superior. Ainda está em dúvida entre os cursos de história e serviço social. “O percentual de pessoas trans no ensino superior é baixíssimo. Estamos também longe das escolas, do ensino fundamental e médio. Mas eu acredito que isso vai aumentar. Precisamos empolgar a nossa população a fazer o Enem e usá-lo para o que for possível”.

A pedagoga e presidenta do Conselho Municipal LGBT de São Paulo, Janaina Lima, diz que o uso do nome social atraiu mais candidatos ao exame. “No meu convívio social, eu sei de várias [travestis e trans] que estão se inscrevendo. Saber que vai chegar lá e vai ser só mais uma pessoa concorrendo, tem facilitado. Elas dizem que estão se inscrevendo só porque poderão usar o nome delas e que não vão ser expostas antes mesmo de começar a prova”.

CAMPANHA – “Queremos ver UM ESTRANHO NO LAGO no Cine Jardins”


Cata a história:

“Em pleno verão, um lago é usado como praia nudista por vários homens homossexuais. Eles sentem-se à vontade no local e usam o bosque ao lado do lago para ter relações sexuais. Um dos frequentadores mais assíduos é Franck (Pierre Deladonchamps), que um dia faz amizade com Henri (Patrick d’Assumção), um homem solitário que vai ao lago em busca de paz, sem ter qualquer interesse em outros homens. Com o desenrolar dos dias e as conversas constantes, eles se tornam amigos. Só que Franck se apaixona por Michel (Christophe Paou), um novato no lago, sem saber que ele é uma pessoa perigosa.”

Essa é a sinopse do filme “Um Estranho no Lago”, filme francês dirigido por Alain Guiraudie e SIM, nós queremos muito ver ele nas telonas e no escurinho do cinema. Por isso, estamos organizando um movimento para pedir/implorar/obrigar que esse filme venha a Vitorinha, que, como sabemos, tem pouquíssimos espaços para exibição de filmes e menos ainda com essa delícia de temática. Ou seja, é entretenimento, mas também é político!!!

Assista ao trailer:

Quer participar e apoiar essa campanha do bem? É pelo Facebook, é só clicar aqui e participar!

Êta! Êta, êta, êta. É a lua, é o sol é a luz de Tieta.


Há alguns dias cheguei no pequeno aeroporto que rodeia Vitória, com meu derrière maculado por uma hora e vinte minutos de viagem num avião apertadíssimo com a calça de suplex que utilizo nas aulas de lambaeróbica. Claro, minhas madeixas estavam cobertas por um belíssimo véu de seda colhida por famintas crianças laosianas, mostrando que não importa qual o seu grau de escolaridade ou quanta grana você tem no banco: no fim das contas, qualquer pessoa que sai de uma cidade pequena para uma grande metrópole sofrerá da síndrome de Tieta.

Para quem não sabe, a síndrome de Tieta acomete todo mundo que não se comportava o suficiente para ser bem falada em sua cidadela e que, na metrópole, passa a girar mais Pião do Baú nas tardes dominicais do SBT. Em suma, essa síndrome atinge todos aqueles que percebem que no meio de onze milhões de habitantes, tem homem o suficiente para você fazer a Joyce Pascowitch e não repetir no dia a dia.

Disfarçando minha devassidão para essa cidade que sempre quer saber com quem você se deita, cheguei lembrando dos meus dias ensolarados em que me olhava no espelho e estava vestido à imagem e à semelhança de Taylor Swift. Uma das coisas que mais me tem incomodado, como Tieta recém-chegada para o carnaval, foi um casal de amigos tendo que se esconder para dar um beijo, desses beijos quaisquer, no meio do carnaval.

Foi aí a deixa para deixar de lado o meu véu costurado por velhas caolhas cujos cabelos brancos brandam com os ventos das planícies vietnamitas: se existe, no fundo, um efeito colateral da síndrome de Tieta este é o de destruir todo o conservadorismo e o moralismo que se escondem pelas caras feias e as palavras sem sentido desse estado que te obriga a engolir sua santidade até no nome. No entanto, por mais que eu pesasse a mão e fizesse a cabeça dos meninos, nada aconteceu. Pois é, Tieta, “tem que se esconder no escuro que na luz se banha”.

Pouco depois, o puxador do bloco anuncia em cima do trio que um menino tinha apanhado de um valentão pelo simples e único motivo de ser gay. E aí seguiram-se as repreensões, os bons-mocismos, as pessoas vaiando a opressão por um segundo. Lindo, não? Não. Aprendi a ser Tieta e, como Tieta, quero ser muito mais do que demonstrações pontuais e instantâneas de um apoio que se esconde nos sorrisinhos bestas dessa terra onde a dor é grande a ambição pequena.

Tieta, grande inspiração para minha vidinha. Afinal, sair de uma cidade pacata e hipócrita eu sei bem como é. Voltar para ela, amadurecido e cheio de ideias, eu também sei. 

Tieta, emulando a Kátia Cega, mostrando como não está sendo fácil.

Chega de fingir, de mentir, né, gente. A gente sabe que quem mais goza e pena é que serve de farol para ver se ilumina um pouco esse arquipélago à beira-mar. Enquanto aqueles dois meninos, meus amigos, precisarem se esconder para dar um mísero beijo, sua vaia, seu apoio, sua mísera comiseração não me serve. E nem desce pela minha goela. Meu amor, já vivi de tantas migalhas nessa cidade que hoje, como Tieta, não quero meus farelos. Quero muito mais.

Aprender a ser Tieta não é fácil. Mas é preciso. Eu, que sempre me dei bastante a timidez, deixei as bochechas vermelhas e os olhares de repreensão no primeiro farol, no primeiro cruzamento que encontrei pela minha frente. Não pensei duas vezes quando vi aquele menino bonito numa estação do metrô, perdido, olhando e sorrindo pra mim. Podia ter feito tudo, ter esperado. Reencontra no outro dia. Esperar a próxima vez.

Acontece que quando você está cercado de onze milhões de pessoas, não existe a opção do reencontro fortuito. Talvez, seja essa a maldição que paire sobre essa ilha. A dança silenciosa, esquecida pela poeira e o mormaço, dos pequenos esbarrões que se tem com o objeto de desejo pela cidade pequena. Foi ali, no metrô, que virei Tieta. Encostei no ombro do menino e falei: “você tem uma estação para me dar seu whatsapp e descobrir que sou o grande amor da sua vida”.

Ele é meu homem e eu sou sua mulher.

E assim se seguiu uma tarde nada produtiva no trabalho, com milhares de mensagens trocadas com o menino. Vieram as tardes produtivas na feirinha gastronômica, andando de mãos dadas, tomando os picolés e dando beijos à luz do dia, sem os olhares e sem os pudores das senhorinhas irascíveis que frequentam padarias que chamam afetadamente de boulangerie.

Talvez, alguns de vocês protestarão sobre a facilidade de percorrer esses caminhos quando todos já estão abertos. Não deixo de me gabar de como São Paulo tem sido doce e de como cada vez mais as lâmpadas tem se tornado apenas uns instrumento de iluminação e perdendo a sua aplicação prática de rachar algum cocoruto desavisado na Rua Augusta.

Creiam, amigos, que não é fácil. Também não vai ser nem um pouco fácil abrir picadas e caminhos por essa Santana do Agreste perdida entre o esquecimento e o minério de ferro. Ninguém disse que a vida é fácil. Mas, meu amor, existe alguém em nós, em muito dentre nós esse alguém que brilha mais do que milhões de sóis. É preciso brilhar, ser o próprio sol, existir a luz do dia. A escuridão só tem fim quando a gente constrói a própria aurora.

E, bem, o menino do metrô me deu um perdido. Reapareceu dias depois, sentado na porta da minha casa, depois de uma pequena discussão pelo celular, com um sorriso no canto da boca: “já não tem mais metrô, vou ter que ficar aqui”.

E ficou :).

(Ele, ainda, me deixou com uma marca roxa no pescoço por uma semana. Disse que era pra eu aprender a ser menos arredio e que agora, não tinha jeito, era dele. Dias depois, vi ele pegando um outro alguém naqueles bares ali perto da USP, na porta de casa. Meu amor, Tieta veio, baixou e fui lá alertar o outro menino, mostrando o chupão no pescoço: “cuidado, amigo, que isso aí não tá vacinado não”. Pois é, a vida tem sido boa, mas nada fácil pra Tieta).

O beijo que pesa como uma bomba


Beijo Felix

Parecia final de Copa do Mundo, Brasil e Argentina. As bichas todas reunidas em volta da televisão, tomando uma cervejinha e comendo uns quitutes. Toda vez que o Félix e o Niko ficavam um pouquinho mais juntos todo mundo gritava ao mesmo tempo, uma loucura: “AI, MEU DEUS, AGORA VAI!” “VAI, VAI, VAI!”, “BEIJA LOGO, GARÁLEON!”. Um nervosismo…

[Afinal era o final da novela Amor à Vida e pela primeira vez a emissora de TV mais popular e tradicional do país, a Globo, havia dado sinais de um possível beijo entre dois homens em uma de suas novelas – verdadeiros monumentos da cultura de massa nacional – o que até então era um tabu (em 2005, na novela América, um beijo gay chegou a ser gravado, mas foi vetado de última hora). Ou seja, bizarramente, era um momento histórico na televisão do Brasil, desses de contar pro netos, “eu tava lá”, quando reexibido na retrospectiva de 2050].

Ai foram todas aquelas cenas de final de novela, gente casando, gente parindo, gente reunida e festejando… As gueis ansiosas, viravam especialistas em teledramaturgia e ficavam comentando os furos no enredo, como o naquela cena bizarra dos comparsas da Aline entrando com um bolo (um bolo, gente!!!) INTEIRO, ENORME, dentro do presídio! rs. Todos ficaram chocados (desculpa pelo trocadinho infame) e amaram a morte da vilã. Foi inédita e inovadora. Depois veio aquele monte de cena de perdão ao Félix. No fim das contas, o enredo na novela tornou-se a redenção desse personagem.

O capítulo da novela já ia para mais de duas horas, quando Félix e Niko, na sua casa de praia riquíssima – onde moram com seus filhos e com o Cesar, pai do ex-vilão -, ficaram sozinhos… Aquela tensão já tomou toda a sala, ficamos todos em silêncio, mãozinhas dadas, vidrados na telinha. Os dois se aproximaram e o personagem do Thiago Fragoso passou os bracinhos em torno do pescoço do personagem do Mateus Solano. Já pensei: se for para ser vai ser agora. Um misto de esperança e de ódio me consumiu, pois se com aquela ação eles ainda não se beijassem seria muita filhadaputice da Globo.

Os dois se entreolharem, cada um com a cabecinha levemente virada para o lado e Félix disse emocionado: “Eu não vivo sem você, Carneirinho”. Daí eles foram se aproximando e…

*BOOM*

*BOOM*

Os viados ficaram loucos. Gritavam, pulavam, soltaram fogos. Todo mundo saiu na varanda ensandecida fazendo barulho comemorando a grande vitória. PUTA QUE PARIU!!!!! Filmei nossa reação quando houve o beijo, cata, mona:

Como esperado, o beijo caiu como uma bomba no país. As redes sociais foram tomadas de reações a cena. Muitas positivas e lindas! O dia 01 de fevereiro acabou virando o Dia Nacional do Beijo Gay. Uma onda de amor tomou o país! ❤ Pessoas se abraçando, dando beijaços, compartilhando mensagens de respeito e defesa a homoafetividade. Muitos perfis do face foram trocados pelo frame da cena do beijo. Foi coisa linda de se ver.

No outro dia TODOS os reacionários nacionais e locais estavam aos jornais esbravejando, ameaçando (alguém me explica porque quando o tema é gay NECESSARIAMENTE a fonte ouvida é um religioso cristão?). Quanto mais eles ficavam nervosos mais as gays gozavam de amor e alegria:

Um dos melhores tuítes, aos reacionários foi este:

E claro, teve autor de novela que ficou queimadíssimo. Lembram disso:

Aguinaldo Silva Sobre Beijo Gay

“Tá feio, tá eshcroto”

É aquilo, né, quem nasceu para Clô, nunca vai ser Félix. Beijos, Gui!

Enfim, algumas considerações sobre o beijo:

  1. Foi tardio: o fatídico beijo-gay-na-novela-da-Globo veio super tarde. Tão tarde, mas tão tarde que nem soou mais como algo revolucionário, moderno, etc. Não havia nada de avant-garde nele. Soou mais como uma corrida atrás de um tempo perdido, a emissora perdeu o timming da mudança de costumes na sociedade e transformou a coisa em algo muito maior do que precisava ser. Mas, antes tarde que nunca, né?
  2. Foi elegante: a Globo cumpriu o que prometeu. Querendo agradar gregos e troianos, a cena foi exatamente como anunciada, não foi apenas um selinho chocho, mas também não foi um beijão de língua ultra-erótico. Ficou uma cena de bom gosto que não fez ruir a tradicional família brasileira.
  3. Foi político: é ingênuo acreditar que não há articulação entre política, afeto e cultura de massa. Os discursos estão aí circulando e modificando a sociedade. Cenas como essa vão naturalizando as relações LGBTs e, se não aprovadas, pelo menos estimulam o respeito às diferenças.

O mais lindo foi que logo após o beijo veio aquela cena lindíssima do Félix e do César, observando o pôr do sol, ambos se perdoando. Foi lindo pois lembrou a todos – logo depois do beijo – que o gay tem uma família e que muitas vezes ela é, antes mesmo da sociedade, seu próprio inferno particular. Acabou que essa cena foi mais importante e emocionante que o próprio beijo e deu a sustentação afetiva para a cena anterior.

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Foi um final de novela lindo como a muito tempo não se via. É inegável que a cena só ficou tão perfeita e emocionante (quem não chorou tem uma pedra no lugar do coração) graças ao talento, experiência e sensibilidade de um Mateus Solano e de um Antônio Fagundes. Para vocês entenderem o peso que a cena teve leia esse relato de um gay a uma colunista do IG (um dos vários que surgiram na rede):

“…estavam todos na sala… eu no sofá quando o Felix beijou o carneirinho… Silêncio… Fiquei quieto também pra não dar motivos, embora estivesse fazendo a drag por dentro… Mas a cena final, do Felix e do César, eu não aguentei, veio um choro descontrolado que estava preso esses quatro anos que não falamos direito.., estava total descontrole… dai veio minha mãe com a cara  inchada de chorar me abraçar e meu pai do outro lado segurou minha mão e pôs a mão em volta do meu ombro… Não falamos nada! Na hora de dormir, o Felipe (irmão) entrou no quarto, deu a mão e quando eu ia apenas apertar, ele me puxou, deu um abraço e disse que ele sempre vai ser meu irmão. E chorei de novo… Pela primeira vez não dormi no inferno” (FONTE).

Nossa, para nós blogueiros gays foi um alívio agora toda a vez que começar uma novela com personagem gay não vamos precisar ficar perguntando “será que vai ter beijo gay bla bla bla”. Nossa, tirou um peso das costas. rs

Mas a luta ainda não acabou, minha gente: queremos agora um beijo gay numa novela BOA! rs #fikadika, João Emanuel Carneiro!

Whey + Feminilidade = Antídoto contra homofobia


Sabe quando aquele funkeirinho passa do seu lado na rua e grita “viadinhoooo!” e você, biluzinha raquítica e indefesa, é obrigada a engolir o desaforo porque se reclamar periga de levar uns tabefes?

Pois seus problemas acabaram! Veja como essa heroína se saiu diante da homofobia sofrida:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=aCGzck0uIAs&desktop_uri=%2Fwatch%3Fv%3DaCGzck0uIAs&app=desktop&hd=1]

Quebrou o caralho todoooooooooooooooooooooo!

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MA-RA-VI-LHO-SA! E o shortinho é só um plus pra afrontar ainda mais a masculinidade do homofóbico.

Quero emoldurar uma foto dessa gay e colocar na minha sala, como inspiração. ❤

 

 

E coisa boa acontece?


Sim! Semana passada o diretório das Nações Unidas para Direitos Humanos lançou um vídeo institucional relembrando as conquistas no campo de direitos LGBT desde que a ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. Veja!

Dá para traduzir as legendas do vídeo. Clique em Legendas e troque o idioma. 

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A gente sempre é tão bombardeado com as tragédias políticas e de violência contra LGBT – coisas tão urgentes, de fato, a serem resolvidas – que nos falta ânimo para comemorar o já conquistado. Não há dúvidas de que os últimos dez anos viram muito mais avanços do que todos os outros 55 anos juntos, mas ainda há muito a ser feito. Mas história se faz assim, com luta!

Via Muque de Peão.

Cobertura da Parada Gay de Vitória [2013]


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Olha aqui! Eu quero dizer pra vocês que todas deveriam me amar MUITO depois do esforço que eu tive que fazer pra ir na Parada Gay com o calor diabólico que estava fazendo!

Nem acreditei que tive forças de sair, porque no dia anterior fui pra Nova Almeida (de novo, não me conformei com a péssima experiência da última vez).

Lá bebi tanto que, além de ter sido abordada por um cigano que em vez de tentar ler as pregas da minha mão me falou sobre uma nova técnica cigana de leitura de pregas do edi, acabei de madrugada numa cama de solteiro com um boy que nem faço ideia do nome, apenas me lembro da sensação de girar, girar, girar e ter três orgasmos. Nada. mais. me. lembro.

[youtube https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=v396cL6lCqE#t=101]

Me arrumei toda por volta de 14 horas, e assim que botei o pé na rua cada fio da minha progressiva pediu arrego e num passe de mágica eu pulei de cosplay de Jessie J. para Gal Costa. Mas mesmo assim, fui, guerreira, prestigiar a luta LGBT.

Infelizmente

Por outro lado, o calor tem suas vantagens: A nudez é uma delas.

Absolutamente toda a Grande Vitória estava seminua, e se meus peitos de hormônio já estivessem grandes o suficiente com toda a certeza eu teria tirado a camisa e feito um protesto legislativo a la Indianara Siqueira.

Mas oportunidade é o que não vai faltar, APENAS ME AGUARDE, VITÓRIA, ME A-GUAR-DE.

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Eu em breve na Fernando Ferrari

Estava uma gracinha a parada, principalmente por causa da nova lei municipal aprovada em Vitorinha, que instaurou o dia contra a Homofobia e foi repetida o tempo todo em cima do palco.

Sim! O palestrante toda hora pegava o microfone e gritava: “A lei foi aprovada, se vocês sofrerem violência disquem 100”. Avisando aos homofóbicos que o bagulho ficou doido!

Como resultado, não vi violência, apenas uma correria louca na praia (e foi até poético ver aquela boiada estourando ao longe) que até agora não sei o motivo. Caso alguém saiba, favor me explicar nos comentários, pois eu vi uma fila de 20 policiais indo pra trás do palco e de repente o estouro de gente.

UPDATE: Informantes me disseram que havia um carro de som tocando funk atrás do palco e que a fila de 20 policiais foi, com toda a sua delicadeza, pedir pros meninos desligarem. Daí a confusão.

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Entretanto, também vi depoimentos de pessoas que passaram por isso:

“Gostaria de saber de fato qual esta sendo o objetivo dos Manifestos LGBT? Pois o que se viu em todas elas foi grupos de funkeiros reunidos e agindo de forma inadequada com algumas pessoas que simplesmente esbarravam neles.”

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… os funkeiros me trataram muito bem…

Ah! Outro ponto interessante eram as frases faladas por um menino no trio, super nonsense, seguem algumas das quais me lembro:

“Gay vivo não dorme com o inimigo”

“Vitória é sapatão!”

“Quem é de Feu Rosa grita agora!”

Entre outras que a Brahma não me permite lembrar. Mas era visível o constrangimento das pessoas na rua.

Eu só olhava assim pro trio:

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No mais, parabéns a todos os envolvidos. Nem tenho ideia do quanto deve ser desgastante promover um evento desse porte, e qualquer contratempo deve ser relevado diante do trabalho maravilhoso que eles fizeram. ❤

Dali eu fui pra Rua Sete, no Centro, pra ver o samba.

Mas os homens estavam muito atacados, um me perseguiu por toda a rua quando eu fui comer, dizendo que queria “me atravessar”. E outro que, quando eu passei, simplesmente meteu a mão no meu peito e apertou! Cadê o cavalheirismo, minha gente?

Os boys tavam assim no evento:

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Seguem as fotos da cobertura. Mas antes de tudo, quero agradecer à Jéssica Telles pela maravilhosa homenagem ao desenho Pokémon, com seu cosplay de Cyndaquil!

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Separadas por um Professor Oak

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Cobertura completa no Moqueca Mídia, clique AQUI.

Os gays e os MMO’s


gamer girl_1Ah rá! Finalmente, atendendo a pedidos, um post sobre o comportamento das viadas nos MMO’s, ou como eu gosto de chamar carinhosamente, o comportamento das MMOnas.

Pra quem não sabe, MMO ou MMORPG é a sigla para Massively Multiplayer Online Role Playing Game, ou seja, um monte de gente desocupada jogando junta online.

Só que se você não sabe nem o que é um MMO dificilmente você vai entender esse texto, pois é repleto de gírias de jogo. Esse post é extremamente específico para um grupo de leitores que me pede há anos esse tema.

WololoMas antes de falar qual jogo de MMO você é, eu queria fazer uma indagação: Por que a maioria dos gays jogam de healer? Na moral, ainda bem que eu não jogo com beeshas (as gamers são raríssimas no meu círculo social), porque das vezes que eu joguei foi uma hecatombe no Teamspeak (Skype das nerds) quando eu e outra bee falamos juntas que seríamos o curandeiro do grupo.

No meu caso sempre fui healer porque primeiro: Sou egocêntrica e adoro ser protegida pelos boys do grupo/ segundo: Ganho presentes sem precisar mostrar os peitos na hebecam / e terceiro: me sinto dentro desse vídeo do Youtube enquanto curo

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=y8XPrDKdC2s]

Além disso, engana-se quem acha que somos todos shemales, muitos de nós jogam de High Elf, Blood Elf, Gnome, entre outras raças super masculinas…

Enfim, vamos à nossa listinha?

Bicha Tíbia

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Eu até hoje não entendo por que tem gente que ainda joga esse jogo. Um amigo meu ama e se alguém falar mal ele chama pro X1 com a fúria de Marimar.

Basicamente pra mim uma gay que joga Tíbia ou tem mais de 65 anos e por isso perdeu a coordenação motora pra jogar um jogo 3D ou tem um Laptop da Xuxa em casa.

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Bicha WoW

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É a bicha rica bebedora de chandão, sim, ela joga MMO, e joga WOW porque Wow “seleciona pela mensalidade”. As mais elegantes adoram jogos pagos porque dificilmente os jogadores brasileiros de 12 anos vão poder logar via lan house e, por esse motivo, o World Chat não é repleto de homofobia e xingamentos.

E nem ouse falar que Rogue é balanceado perto dessa bicha, que ela vai voar no seu pescoço com mil prints de atack power e não vai parar enquanto você não admitir que Rogue é Overpowered e deveria ser nerfado pela metade.

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Bicha Ragnarok/Priston Tale

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Lógico que é a gay pegadora de dark room, porque só tendo muito pouca vergonha na cara pra permanecer nessas porcarias depois de anos de falidos.

Mas aí tem uma divisão, a bicha bonita pegadora de dark room joga Ragnarok 2, o remake, porque é saudosista e seleciona pela história do game, mas a bicha feia joga o ragnarok 1 mesmo, ela e mais um colega, sozinhos no server, no dark room, na vida social.

Vergonha nenhuma, Max

Vergonha nenhuma, Max

Bicha Perfect World/Forsaken World

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Sabe aquelas que tão quase cacuras, mas ainda vestem as roupas de quando tinha 18 anos? Pois é, essas são as bichas Perfect World: Ela tá vendo que o jogo já deu, não se atualiza, não criam classes novas, mas ela tá lá, todo dia, gastando rios de dinheiro comprando fashion no cash shop!

Sem contar a ideia totalmente deturpada de “mundo perfeito” que essas pessoas têm, né? Porque só num mundo perfeito mesmo pra alguém gastar 40 dólares num casaquinho pixelado sem cogitar suicídio.

Bicha Lineage

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Pedante que acha que um jogo que você precisa clicar pra andar com o bonequinho ainda tem algo a oferecer, só porque “foi o primeiro MMO do mundo”.

Pro nosso dia a dia ela é a definição da bicha gourmet: tá comendo galinha ensopada, mas só porque foi cozida como cozinhavam os monges tibetanos monobolas albinos, ela publica no instagrão e põe a legenda: “Pé de Galinha com Pasta tailandesa de curry verde e folhas de limão kafir”

Dar close is fundamental

Dar close is fundamental

Bicha League of Legends/Dota

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CALMA! Eu sei que não é MMO, é MOBA, mas vale entrar aqui. LoL e Dota representam as bichas virgens, gostam desses jogos porque o personagem já vem pronto e você escolhe a dedo com quem quer jogar… não é a definição exata da gay quando está esperando pelo seu príncipe encantado pra perder o cabaço?

E como toda história de virgindade, a gente sabe que ela vai terminar jogando de Sona (porque é bonitinha, mesmo critério usado na escolha do boy), vai levar um pau do Alistar na primeira moitinha e voltar toda rasgada pra casa, ou pra tela inicial do jogo.

Bicha Cabal/MU/Gunbound

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Ana Maria a.k.a. seu senso crítico sobre jogos

Bicha Random, ninguém na noite, entra e sai da boate e ninguém se lembra nem da cara. PFVR, eu nem sei porque não deram um tiro na cabeça de quem criou essas merdas.

Já viram as classes de Cabal? Pelo amor de Dels, aposto que sortearam palavras aleatórias no Roda a Roda Jequiti e formaram esses nomes dadaístas.

Bicha Tera/Guild Wars 2/Aion/Final Fantasy XIV

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Essas são as que sabem das coisas, antenadas, modernas, bichas xoxotas. Não há sequer um defeito para gongar quem joga um desses três jogos, são a definição de tudo que há de mais atualizado no mundo dos MMO’s.

Salvo Aion, que é antigo, mas é bom pras gays sociopatas, porque ô joguinho pra estimular chacina! Quem já jogou sabe que não tem chuca que segure o cagaço de quando você vê um bonde cheio de nome vermelho vindo em sua direção.

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Bicha Neverwinter/Rift

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Provavelmente uma bicha deficiente visual (sem ofensa aos deficientes visuais, me perdoem), porque só sendo cego pra não ver que esses jogos são mal-feitos, totalmente pay to win e… CARALHO, que sistema de dungeon finder é aquele que você numa party pega 5 dps e na outra 5 healers? Eu hein!

Bicha Star Wars

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Cadê parada? Cadê Manifesto LGBT? Cadê Marido? Cadê fórum?

Cadê parada? Cadê Manifesto LGBT? Cadê Marido? Cadê fórum?

A militante, isso porque Star Wars é o único MMO que permite o casamento gay. Tá, Tíbia também permite, mas só porque o jogo é tão antigo que o gênero dos bonecos só varia na roupa, todo mundo é igual no script.

Bicha Blade and Soul

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Me respeite

Me respeite

PUNHETEIRA DE HENTAI!

Meu argumento:

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=nr_o9ngpb4Q]

Isso não é um game, é só soft porn!

E se você jogou todos? Você é como eu, uma bicha sábia, uma bicha que se fosse um NPC seria um Elder.

E você? Com qual jogo você se identifica?

p.s.: PFVR, esse texto é só uma brincadeira, não venham furiosas nos comentários dizer que eu sou noob e por isso não consegui jogar metade da lista dos que não curto!

Amo vocês, tá?

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