Poesia Bicha faz a cena no evento cultural “Sobreposições Transviada”


sobreposiçõesSobreposições Transviada chama para si o despudor, a falta de vergonha e o sabor em deliciar-se com tudo isso. A expressão nua do desejo é a máxima deste evento cultural em que protagoniza a Poesia Bicha, representando a produção artística e a vida que se transvia e transgride à normatização da identidade sexual e de gênero. No dia 7 de maio, a partir das 19h, na casa Atitude Inicial, em Goiabeiras, a Literatura Bicha conduz a noite e entra em cena em todos os momentos da programação. O espaço vai conectar exibição de vídeos, bate-papo com escritores e sarau de poesias, textos, fragmentos e rabiscos compartilhados com todos presentes no encontro. A recepção dos participantes fica por conta da música, performance artística e exposição de fotos espalhadas pela casa. Para dar o tom à Poética Bicha, nada melhor que quem vivencia e sente essa arte. Como convidados especiais da noite, os escritores Fabricio Fernandez, Anderson Bardot e Sérgio Rodrigo revisitam suas produções e se jogam em uma conversa sobre ser bicha e escrever como tal, contando suas experiências e suas conexões dentro desse movimento literário.

Os convidados:

Fabrício Fernandez, um errante performativo-transviado e transtornado, é pesquisador de culturas subterrâneas e derivas marginais históricas e contemporâneas, movimentador de ataques-queers-punk, produtor de cinekaus da diferença, potencializador em co-autoria com Juli Eznho, professor nômade e bicha. Publicou as obras “Nome Nenhum” (Ed. Multifoco, 2012, RJ); “Música no Corpo de Fuga” (Ed. Pedregulho, 2014, ES); “Monstro – Te levo até a Esquina” (Zine-romance, 2015) e está produzindo “Autobyographia em Pânico” (Juli Eznho).

Anderson Bardot é cantor e compositor, além de produtor cultural, escritor e estudante de audiovisual na Universidade Federal do Espírito Santo. Produziu o livro de poemas recém-publicado “Cavidades” (Secretaria de Estado da Cultura do ES, 2015)

Sérgio Rodrigo é jornalista, escritor, artista gráfico e pesquisador. Em 2016, lançará seu livro de estreia “A Boa Bicha”, pela editora Pedregulho. Alguns de seus trabalhos foram publicados em coletâneas, revistas e fanzines. Foi premiado no concurso de contos eróticos da editora Huapaya (2008). Criador e autor do blog Babado Certo. É doutorando em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Póscom/UFBA) e milita nas questões de gênero e sexo.

PROGRAMAÇÃO:
19:00h – Pode chegar e experimentar o que essa noite tem pra dar. Garantimos boa música e exposição fotográfica.
20:00h – Exibição de vídeos: saborear nossos vídeos e transviar-se com eles.
20:30h – Bate-papo Poesia Bicha: bichas escritoras em cena em uma conversa nada discreta.
21:00h – Sarau: Ler, transler, revirar-se ao avesso e ler. Tem poesia bicha sim!

A partir daí, a noite é um mistério, uma criança e o som tá liberado até as cadeiras aguentarem de tanto rebolado, sem hora pra acabar!

SERVIÇO:
O que? Sobreposições Transviada | Poesia Bicha
(no Facebook)
Quando? Sábado, 7 de maio,  à partir das 19h.
Onde? Atitude Inicial, Rua José Vivácqua, 653, Goiabeiras, Vitória

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Microretrato de viadagens no cinema


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“os acidentes de luz aqui (…) não afetam a ‘alma’, mas somente o corpo (…) cuja fatiga tem finalmente algo de delicioso, como acontece cada vez que é o meu corpo (e não meu olhar) que fica turvo”

Incidentes, Roland Barthes, 2004

Parte 1

Podemos começar com um pouco de história sobre cinema e viadagem. É que mais de 20 anos após o histórico movimento denominado pela crítica de cinema norte-americana B. Ruby Rich de New Queer Cinema – NQC, que se apropria do termo queer, uma expressão originalmente ofensiva a lésbicas, gays e transgêneros e complicada de traduzir para o português… é que há mais de 20 anos diretores assumidamente gays, no contexto Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, começavam a revisar nossa trajetória história em períodos eurocêntricos, como o monárquico, inquisitorial ou entre-guerras, além de atacar os macro-temas daquela época:

… estamos falando de 80/90, de tensões como a crise do HIV/aids e violências homofóbicas heteronormativas e interaciais. Um período em que a festa já bastante hedonista acontecia nos guetos e que se transgredia em alguns locais das ruas ou à deriva pela cidade (sendo, inclusive, judeu, negro, assassino ou ladrão); alguns, contestando mais que uma simples identidade gay mas o lúdico em uma indeterminação narrativa, isto é, uma sensibilidade do exagero, do artifício e, na realidade do mundo, por haver uma condição abjeta de estar completamente fora de setores dominantes.

Hoje, o cineasta Chico Lacerda questiona: eram realmente queer os filmes do NQC? Eles desafiavam as noções de gênero e de orientação sexual? Desconstruíam binarismo, como homo x heterossexual; feminino x masculino – e rótulos, como lésbica, gay, bi – disseminados à época? E nossos corpos e prazeres, como estão sendo pensados e não apenas tolerados? Nossos corpos desde a infância até a velhice, seja com o cara na praia, na pegação, na sauna, de mãos dadas na rua ou em nossas casas?!

Parte 2

Aqui, no país da tropicália e do cinema marginal, pós-60/70, embora não estivéssemos sendo representados por cineastas assumidamente gueis, temos em Casa Assassinada (1971, Paulo César Saraceni), uma bicha devorando as normas burguesas numa família com tradições coloniais. Ou Rainha Diaba (1974, Antônio Carlos Fontoura), a bicha enfrentando os machos criminosos no mundo do tráfico carioca, entre outras abordagens transgressoras não majoritárias mas importantes ainda de serem retornadas e exibidas. Até chegarmos nos anos 80/90, quando surge lá fora o New Queer Cinema.

Voltando a nós, nesta época estávamos atentos às representações homoeróticas no cinema brasileiro, fora de qualquer padronização, higienização, modelo de identidade guey ou código de conduta vigente em relação à raça e classe social. Isso porque de alguma forma dentro do cotidiano, glamoroso ou não, a cena estava aberta e as bichas já lacravam.

Vem Madame Satã (2002, Karim Aïnouz), com suas ambiguidades, a potência de um corpo negro, forte e feminino nos palcos da Lapa, seu empoderamento devorador das nossas brasilidades tropicais. Bicha afeminada, perigosa, criminosa e madame Jamací, “uma onça dourada, de jeito macio, de gosto duvidoso”.  Madame Satã é um personagem bem típico de um cinema brasileiro em termos da marginalidade, mas onde quem dominava mesmo eram os machos.

Isto é, também vemos uma cena sudaca em que na história do cinema brasileiro também pode ter havido algumas dualidades importantes de serem pensadas, como afirma B. Ruby Rich, referindo-se a um traço do cinema queer estrangeiro: “meninas contra meninos, obras narrativas contra experimentais, meninos brancos contra todo o resto, elitismo contra populismo, expansão de visões contra patrulhamento de fronteiras”.

Mas alô alô alô é carnaval; as bichas por aqui não param de lacrar…

Fabricio Fernandez
Integrante do ES Cineclube Diversidade; autor da trilogia-perfomance: Nome nenhum [ed. Multifoco/RJ); Música no corpo de fuga [ed. Pedregulho/ES] e Autobyographia em pânico [em processo]; jornalista livre e mestrando na Ufes.

Ensaio escrito ao som de https://maquinas.bandcamp.com/track/mofo

Livros consultados:
LOURO, guacira Lopes. O Corpo Educado. Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 1999.
COLLING, Leandro. Teoria Queer, 2011. In: ALMEIDA, Maria Cândida Ferreira de
LACERDA, Chico. New Queer Cinema e o cinema brasileiro. In Mostra “New Queer Cinema: Cinema, Sexualidade e Política”. MURARI, Lucas; NAGIME, Mateus (orgs).: 2015.
MAFESSOLI, Michel. O instante eterno: o retorno do trágico nas sociedades pós-modernas. Tradução de Rogério de Almeida e Alexandre Dias. São Paulo: Zouk, 2003.
MORENO, Antônio. A personagem homossexual no cinema brasileiro. Dissertação de mestrado. São Paulo: Universidade Estadual de Campinas, 1995.
RICH, B. Ruby. New Queer Cinema. In Mostra “New Queer Cinema: Cinema, Sexualidade e Política”. MURARI, Lucas; NAGIME, Mateus (orgs).: 2015. p. 18-30.

Link dos filmes citados: 
Madame Satã: https://www.youtube.com/watch?v=jiuzETOkTFQ

 

A Casa Assassinada https://www.youtube.com/watch?v=elDrJ3sIsTI

 

Bichas tocando uma b*ceta pela primeira vez


Um experimento interessantíssimo. Três gays aceitaram passar pela experiência de ver e apalpar uma vagina pela primeira vez. Não é fofo?! ❤

A youtuber Stevie Boebi aceitou servir de “cobaia” para que os três garotos finalmente ficassem frente a frente com uma pepeca.  A experiência era simples: a moça fica de pernas abertas e as gueis tocam a buça com uma luva cirúrgica. Tá em inglês, mas é babado:

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Uma das gueis já começa falando que nasceu de cesariana e, por isso, nunca teve qualquer contato com pepecas. “Buraco negro”, “balão murcho” e “porta de um armário com algumas cortinas”, foram algumas das impressões. “Achei que aqui fosse mais peludo”, disse um dos rapazes. Aparentemente, todos terminaram a experiência com uma visão positiva sobre a buça e muito mais familiarizadash.

E você, como reagiria a essa experiência?

Ah, tem uma versão similar com sapatões pegando numa piroca, dá pra ver aqui ó.

 

GOLD convida


O grupo Gold tem um convite para as senhoras:

GOLD

Para quem não sabe, o grupo Gold atua desde 2005 e tem como missão principal: Promover a cidadania e defender os direitos de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.
Além de responsável pelos Manifestos do Orgulho LGBT de Colatina de 2005 a 2012, a associação realizou em 2007 o III Encontro de Travestis e Transexuais da Região Sudeste, promoveu de 2007 a 2012 o ‘Projeto Cores’ com abordagens, oficinas e palestras de sensibilização sobre o respeito às diferenças, direito à singularidade e DST/HIV/Aids em Colatina.

Em 2014, realizou o projeto ‘Trans em Ação’ nas cidades de Linhares, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Vitória e São Mateus, promoveu o 1º Encontro de Travestis e Transexuais do Estado do Espírito Santo, e participou do subprojeto Viva Melhor Sabendo em parceria com o Departamento Nacional de DST/HIV/Aids, promovendo a testagem de HIV através do fluido oral.

Trans em ação

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O objetivo do projeto Trans em Ação contribuir para minimizar a violência, a redução dos estigmas das quais travestis e transexuais se tornam vitimas constantemente e também contribuir para uma maior aproximação com o poder público, para que em conjunto fossem desenvolvidas ações de enfrentamento à violência e a discriminação.

Seu público-alvo foram travestis e transexuais dos municípios de Colatina, Linhares, Cachoeiro de Itapemirim, mas indiretamente também foram capacitados e formados técnicos(as) municipais da assistência social, direitos humanos, educação, saúde, segurança pública, conselheiros de direitos, representantes do Ministério Público e sociedade em geral nos municípios de abrangência do projeto.

Em 2016 o projeto Trans em Ação vai atuar nas cidades de Vitória e São Mateus. O projeto foi aprovado em um edital da Secretaria de Saúde do Espírito Santo específico para Organizações Não Governamentais. Graças a esse recurso o projeto empregará quatro mulheres trans, que farão uma busca ativa para descobrir mais detalhes sobre as travestis e transexuais das cidades de Vitória e São Mateus.

Eu Não Sou Obrigada a Nada!


É sexta e eu…

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Ao som da maravilhosa MC Trans, se joga na programação do fim de semana (já estavam com saudades, néam?):

MOVE MUSIC:
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SPACE PUB:

Space

STONE PUB (friendly):

BLOCOS DE CARNAVAL (sim, já é carnaval em Vitorinha!):

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Esquenta Galão (Vila Velha)
Saída no dia 16/01, com concentração a partir das 14h, na Praça da Rua 4, em Santa Mônica.

Carnaflexal (Cariacica)
Saída no dia 16/01, a partir das 18h, em Flexal.

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“…é, não deu uma diferença grande…”


O muso do jornalismo capixaba, Michelitos Bermudes, nos enche de orgulho! Ele é praticamente uma máquina de fazer memes, fico impressionado. Depois do babado da sacolinha orgânica zuuuuper resistente e do bapho que comoveu todo o país, a Xuxa Peregrina, nosso divo, aprontou mais uma.

Ele e Dona Selma tem uma super dica para economia de água  para vocês, aqüenda:

michelitos e a água

Clique na imagem para assistir ao vídeo. 

“no dia a dia isso ajuda e muito, né?!”
Não!

12 de março, dia Municipal de Combate a homofobia em Vitória


A data, que já consta no Calendário Oficial de Eventos de Vitória, foi escolhida em homenagem ao dia da criação da entidade Triângulo Rosa, um dos primeiros grupos LGBT organizados do Espírito Santo. Algumas ações foram marcadas para promover a data:
livro
I Seminário de direito a diversidade sexual
Onde: Auditório do Ministério Público do ES – Rua Procurador Antonio Benedicto Amancio Pereira, 121, Santa Helena, Vitória/ES (próximo a praça do pedágio da 3ª Ponte)
Quando: 09/03
Horário: 13h as 18h
Ação de conscientização
 Em parceria com a Câmara Municipal de Vitória, o Fórum LGBT do ES fará panfletagem para sensibilizar a população sobre os males causados pela homofobia, bifobia e transfobia.
Onde: UFES
Quando: 12/03
Horário: 17h
Lançamento do livro Terra sem Males de Waldo Motta
Onde: Adufes- Associação de Docentes da UFES
Quando: 12/03
Horário: 19h
Veja o teaser do livro do Waldo Motta:

Waldo Motta (nome artístico de Edivaldo Motta, São Mateus, Espírito Santo, 27 de outubro de 1959) é poeta, ator, numerólogo, curador, místico e agitador cultural brasileiro, comumente ligado à geração marginal da década de 1980 e, mais especialmente, à de 19901 , e apontado como uma das mais representativas vozes da poesia brasileira no final do século XX e início do século XXI2 , ao lado de Fabrício Carpinejar, Angélica Freitas, Micheliny Verunschk, Frederico Barbosa, Cláudia Roquette-Pinto e Cuti (via Wikipedia).

Todos os fogos o fogo


Por Aloe Vera

Eu ainda me estranhava com o Rio — e a cidade comigo — quando conheci ele. O cabelo um pouco ralo, acima da testa, o rosto bonito, uma risada meio asmática. Tinha acabado de ser cuspido pelo fogo. Carregava a pele, em grandes porções, em luvas e compressas que, nunca soube como, deviam cozinhá-lo ainda mais naquele calor esquisito em pleno agosto. Me disse seu nome, desconfiei que era falso.

Veio me contar, dois encontros depois, que não se chamava assim, mas nem se deu o trabalho de me apresentar as digitais e assinaturas de sua identidade. Não que se fosse necessário. Ele — e tão somente o chamarei dessa forma — havia me perguntado, no dia anterior, se me incomodava com a pele retorcida e a marca de uma traqueoscopia, amarela e pálida, que se escondia sobre a blusa xadrez verde escura e seus botões — todos eles — aninhados.

Eu, na caligrafia do meu corpo, também tenho os meus garranchos. Sob a minha pele se escrevem diversas cicatrizes, algumas estrias, as veias se erguem — esverdeadas como a sua blusa — nas articulações em que ela se estende ainda mais esbranquiçada. Olho meu corpo, nu, em frente ao espelho e observo todas as minhas marcas. Ele, no reflexo, vê todos os fogos. A pele é quente, úmida, irritadiça como um temporal que marca as tardes abafada de verão.

Os verões que se estenderam por nós, se fizeram entre alguns beijos tímidos e uma cama velha, que rangia bastante, naquele apartamento apertado que o dinheiro me permitia alugar em Copacabana. Era num prédio de má fama, como os nossos corpos que não são dessas pessoas que, como lagartos, exibem os dorsos ao sol de Ipanema. São corpos comuns, papéis esquecidos dentro de uma gaveta, mapas antigos em que se inscrevem as fronteiras de países que já nem existem mais.

Todo corpo tem a sua cartografia, posta à prova pela ponta dos dedos, a superfície da pele, a aspereza da língua. A carne levanta-se e se dilui em certo ponto ou outro, enche-se e esvazia, num exercício topográfico que levanta, sob os ossos, um jardim suspenso de prazeres e tesouros desconhecidos prontos a serem descobertos entre lençóis e mordidas. Algumas barrigas erguem-se como vulcões extintos, as pernas esparramam-se como grossos pântanos. Em outro, comprime-se as cláviculas e navega-se sobre fundas depressões em que se deposita saliva e desejo.

Em vão vamos tentando redesenhar nossos mapas, descolar nossos tesouros de certas partes para esculpi-los como totens, carrancas, em músculos que precisam ser exatamente construídos como os livros de anatomia. Aos poucos, vamos descobrindo que todos os esforços são desnecessários. Nossos corpos são inúteis, vagabundos. Tem estrias, queimaduras, celulite, a pele ora é macia e ora áspera. Craveja-se de pontos pretos, de machucados, de arranhões.

A felicidade não consiste no corpo impossível, mas no que se faz possível a nossa frente. Naquele se dispõe a abraços, amassos, fluidos, encontros e dispersões. Todos nós fomos mastigados, cuspidos, escarrados pelo fogo.

Até sobrar só as cinzas.

Aloe Vera é correspondente internacional do Babado Certo no Rio de Janeiro.  Escreve sobre a cidade (que só tem viado), as distâncias de Vitória e as dores e delícias de encontrar Renata Sorrah na fila do cinema. Entre em contato com ela por meio de mesa branca, baralho cigano ou do e-mail a.loevera@outlook.com.

Um crime homofóbico?


Uma tragédia. Dois jovens mortos a facadas em pleno terminal de Vila Velha. A notícia ainda recente traz versões desencontradas. Saiu no Século Diário e no Gazeta Online. Alguns fatos do crime:

(…) foram esfaqueados quando o ônibus chegava ao Terminal de Vila Velha por volta das 9h30, por um idoso. (…) Uma das vítimas, morreu ainda no terminal, enquanto a segunda(…), morreu ao dar entrada no Hospital Antônio Bezerra de Faria, também em Vila Velha.

Era quase 10h desta quarta-feira quando, quem chegou ao Terminal de Vila Velha, se deparou com homem, um senhor na verdade, estirado ao chão, barriga para cima, atrás do banheiro masculino, na área do módulo da Biblioteca Transcol. Não se mexia, apenas respirava, e a custo. Os dois olhos estavam inchados e ensanguentados; a boca, aberta, também inteiramente ensanguentada. Vestia bermuda e camisa ordinárias; estava descalço, as sandálias havaianas jogadas ao lado.
Quando a unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou para socorrê-lo, uma rodinha de pessoas indignadas se formou em torno do senhor: entre motoristas, cobradores e passageiros apontavam incisivos em direção ao banheiro. Queriam que a equipe priorizasse o socorro aos jovens esfaqueados, um dentro de um dos banheiros, ainda com sinais de vida, e outro do lado de fora, ao lado do banheiro feminino. Uma grande poça de sangue se formou sob a vítima.
As versões sobre o que levou aos esfaqueamentos ainda são conflitantes. A primeira, que vinha de outras pessoas que estavam no coletivo, dá conta que um idoso surtou quando o ônibus se aproximava do terminal e esfaqueou os dois jovens.
A segunda versão é que um dos jovens teria tentado assaltar uma passageira, e o idoso teria tentado interceder. Nenhuma destas versões foi confirmada pela Polícia Civil, que investiga o caso. Esta versão, no entanto, não deve prosperar. O jovem que morreu ainda no Terminal de Vila Velha foi atingido no abdômen.
Alguns refutam a tese de assalto: uma porque não há a vítima do assalto, segundo que os dois caras tinham trabalhos e não havia qualquer possibilidade de serem parceiros de crime.
Daí que algumas pessoas no Facebook começaram a elucubrar a possibilidade de ser um crime homofóbico. Por conta das características do crime e pelo fato de, aparentemente, os dois rapazes mortos serem homossexuais.
crime homofóbico em vila velhaAqui ninguém está afirmando nada, só estamos difundindo a dúvida. Apenas queremos que esse crime seja muito bem apurado, especialmente para ser constatado se foi de fato crime de ódio.
Assim como diz alguém ali no comentário não consigo parar de pensar que a pessoa assassinada bem poderia ser eu. Na verdade, poderia ser qualquer um de nós. Quantas vezes exatamente nesta linha, exatamente naquele ponto do terminal, não fiquei de flerte ou namoricos com outros rapazes. Isso tem que acabar: homofobia mata! E não podemos aceitar viver com medo tendo que podar nossos modos de vidas, de existência nossos desejos por conta do ódio irracional de alguns. Por isso é tão importante que a apuração seja bem feita e levante o crime de ódio como possibilidade de causa. Queremos a verdade, pois ela tem implicações políticas para nós.

Alfabetizada em Pajubá?!


Aqué? Acarajé? Maniçoba? Alibã? Você sabe diferenciar o que é gíria gay do que é prato típico regionalista? Como anda o pajubá da senhora? Se não sabe NEMo que é pajubá nem precisa terminar de ler o post! rs Tá, vou ajudar, tá no Wikipédia:

Pajubá é uma linguagem popular construída de palavras de vários dialetos africanos misturadas com palavras em português, usada pelas travestis e povo do santo (…),  usada inicialmente em terreiros de candomblé e posteriormente por comunidades LGBT.

Acontece que alguém genialmente criou um quiz para saber se as gueis novinhas e/ou fora do meio são capazes de diferenciar o que é prato regional de termos em pajubá.

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Essa está fácil!

Eu pessoalmente detonei na provinha e acertei 100% das questões (beijo mão, beijo pai, beijo Brasil!). E você está com o pajubá em dia?

Faça o teste você também CLICANDO AQUI!

NENA

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Willam para latinas – “Es una passiva”


por Dé

Ela está de voltaaaaaaaaaaa!

Uma de nossas queens favoritas saídas do reality mais amado por 11 em cada 10 bichas, Rupaul’s Drag Race“, está de volta com um remake em língua espanhola de seu grande hitBoy Is A Bottom“.

Embora possa soar estranho a alguns a refilmagem sem as drags Detox e Vicky Vox, é tão maravilhoso que as gueis não-latinas estão todas trabalhadas no recalque. É divertido porque foi toda adaptado, inclusive com uns sons incidentais latinos.

“Quando você aprender outro idioma nas escolas americanas, você aprende a dizer gato, cachorro e perguntar onde está a biblioteca,” disse Willam em uma entrevista.Eu queria aprender mais – especificamente as baixarias e deixar claro a todos os meus futuros maridos latinos por meio da minha música que eu aprecio todo o seu amor e apoio, e algumas outras coisas ao sul da fronteira“. DANADA!

Assista ao vídeo e se delicie:

“Essa bicha é passivaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!” VIAAAAAAAAAAADO!!!

Arrasô, gata!