Antes de qualquer coisa eu quero dizer que vocês são umas hereges, não se vota menos de 5 estrelinhas num post que fala sobre Beyoncé!
Mas não é comigo que vocês vão prestar contas, a deusa Cher vai ter uma conversa séria com vocês no dia do juízo final.
–
O tema de hoje é sobre um assunto que permeia demais o universo LGBT: a ostentação.
Tenho observado uma guerra constante entre as beeshas que “possuem”, seja dinheiro, formação acadêmica ou prestígio social, e gritam isso para os quatro ventos sob a forma de auto-valorização, e as beeshas que “não possuem” (principalmente aqui nos comentários do blog).
A máxima é a humildade: Você pode ser inteligente, rico, bem-sucedido ou bem-informado, desde que você não externe isso. O reconhecimento deve vir de fora e a sua obrigação, de cara, é a de negar o elogio ou apenas agradecer sem mais delongas.
Já observaram como é o discurso de pessoas premiadas? Você só as vê dizendo que agradecem pelo reconhecimento, e por terem achado o trabalho delas bom o suficiente para ser valorizado.
Mas no fundo o que elas queriam dizer é: “Sou do caralho meishmo, meu trabalho é um escândalo, e eu acho que foi mais que a obrigação de vocês terem me dado esse prêmio por ele”.
É óbvio, ninguém vai mostrar pros outros um trabalho que nem mesmo o autor acredita que seja brilhante.
Pensar pode, expressar e se auto-valorizar não pode, é anti-ético. Tá boa, né?
E eu pergunto: por quê? É da natureza humana ostentar o que se tem, aliás, boa parte do nosso impulso de lutar pelo que se deseja advém dessa vontade de ter o que se considera admirável ou louvável. E é por isso que sociedades comunistas são utópicas e impraticáveis, ninguém gosta de ser só mais um.
OFF TOPIC:
É óbvio que tem muita influência do Capitalismo nesse comportamento que eu chamo de natural. Todos nós temos o potencial para se comportar assim, mas o Capitalismo alimenta esse pequeno monstrinho.
A gente também pratica a ostentação nos pequenos detalhes do cotidiano, por exemplo:
- Quando você compra aquela calça caríssima e faz questão de sair pra boate no sábado para ver a cara das gays tombarem com seu bom-gosto fashion;
- Quando você faz aquele corte de cabelo da moda e passa horas arrumando pra ir pra faculdade;
- Quando você compra um carro um pouco mais caro pelo status em vez de um popular somente para a locomoção;
- Até mesmo quando você consegue um namorado escandalosamente bonito e faz questão de passar de mãos dadas com ele na frente daquele seu ex que te traiu.
A ostentação é uma forma de, simbolicamente, dizer que você não faz parte da massa anônima que passa despercebida. E isso é saudável! Isso é até, sendo a Max chata e bióloga mais uma vez, animal.
Entendam, lindonas, nós somos evoluídos, temos a racionalidade ao nosso favor.
Entretanto, ainda sim vivemos numa sociedade competitiva como a de qualquer outra espécie, e tudo que nós fazemos por nós mesmos (e alguns pelos outros, vide o dar esmola almejando o reino dos céus) é uma forma de nos elevar nessa pirâmide dos que possuem as características consideradas mais adaptadas pelo resto da população ou pelo grupo no qual estamos inseridos.
–
P.s.: O exagero AINDA é prejudicial, ok? Não porque é errado, mas porque é mentira.
Você não é pica das galáxias ao ponto de ser superior a todo o resto… são 7 bilhões de pessoas no mundo, 1/3 dessa galera é de asiáticos diabolicamente super-dotados, você não é tão especial quanto acha que é.