Bees, voltei a poshtar depois de um finde babadeiro que me deixou todo cagado por dias. Fim de semana aliás que contou com ida a inauguração da Move, festinha particular regada a lexotan e a estreia do documentário “Rainhas da Noite“, de Diego Peruch, conforme anunciamos aqui, e é sobre essa noite de gala do cinema capixaba que falaremos.
Cheguei no Metrópolis em cima da hora e os apresentadores (Rafael, cai ni mim!) estavam convidando os realizadores a falar. Sentei na última fila ao lado da Bel Ami que comenta aqui no blog. A bee me apresentou pras amigas dela (uma beesha e uma racha). Menina, a racha foi simpática e a bee fez carão pra mim. “Meoo Koo”, pensei. Daí que a Bel, muito faladeira, falou pras duas que eu era o #dédobabadocerto.
A bee saltou da cadeira e espantada gritou: “Você é o Dé?!” e ficou me encarando com uma cara louca, dessas de estado de choque, o que me constrangeu – sou blogayro típico: nerd e tímido. Mas tudo isso não vem ao caso. Fiquei uó ao saber que o filme que fui ver seria o último de 6. Eu não estava com espírito para ver filmes naquela noite, queria mesmo era ir pra Lama (aliás, minhas amigas ligavam, ligavam…). Vi todos os filmes, afora a pausa que me permiti ao ir paratomar uma cervejinha, se quiserem saber sobre os filmes da noite leiam as opiniões das nossas parceiras (não sexuais… ainda) do Arrasa na Pi(r)poca.
O público bastante contido até o filme do Diego, saiu do armário ao ver as drags na tela. Riam, gritavam coisas (“aloka”, “adoro”) e ovacionaram bastante ao final da produção. As drags Angela Jackson e Andréxia Simon marcaram presença montadíssimas. A Draken estava lá também, porém a paisana.
Agora vou dar minha opinião, fazendo a linha crítica de cinema. “Rainhas da Noite” sempre terá o mérito de documentar – de forma inédita – toda uma geração de drags. E não só isso, de dar uma existência e uma pertinência a esse movimento cultural capixaba no sentido da permanência da memória e da história. Além de dar voz para que os próprios personagens se definissem e se mostrassem, inclusive despindo suas diferentes visões de si mesmos e do mundo em que vivem. Conseguiu ainda de forma significativa realizar um trabalho que é bastante complicado que é o de fazer dialogar os discursos de tantos personagens díspares (possível resultado de muita cautela e planejamento) ditos em tempos e lugares diferentes. Duas coisas que pessoalmente não gostei: de alguns aspectos estéticos e de edição. Achei muito feia a borboleta em blur que ao longo do vídeo vai surgindo do casulo que além de ser bem clichê, não acrescentou nada a narrativa (muito menos a estética!). Diego, cortaria a borboleta fácil, fácil. E outro achei o ritmo um tanto lento, poderia ter feito um jogo de cortes mais rápidos (sem interfeir no conteúdo das falas) botando bastante imagens de apoio.
Em outras palavras, houve um “conflito”, digamos assim, entre o excelente conteúdo e a técnica, mas nada que tenha prejudicado gravemente o produto final. Parabenizei o autor no dia e volto a fazer aqui publicamente, pois esse tipo de iniciativa é bastante heróica, pela falta de recurso e dificuldade de produção, que ao mesmo tempo é tão importante para dar visibilidade a essa face da cultura LGBT tantas vezes marginalizada e ignorada.