Eu sou hétero, mas deixo você chupar


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E a beesha prontamente ajoelha, chupa e sai do cantinho realizada contando pra todas as amigas da mesa sobre o boy que ela “fez”.

Fez?

Como se dá esse processo? Por que gays passivos/versáteis tendem a se submeter a esse tipo de relação ‘sem troca’, só pelo prazer em fazer sexo oral?

Ontem no Gepss discutimos um texto de Michel Foucault que falava sobre um filme japonês que havia sofrido censura na França, por conter imagens pesadíssimas de coprofagia, castração e sanduíche de buceta, e a castração acontece porque a personagem acha que o homem não é digno de ter um pênis, pois não sabia se beneficiar do prazer que ele oferecia (pense na loucura hahaha).

Enfim, numa das passagens, ele diz:

“Para os franceses (e aí eu, Max, incluo aqui todo o Ocidente, já que a cultura europeia é a base das outras culturas ocidentais), o sexo do homem é literalmente atributo do homem: os homens se identificam com seu sexo, e mantém relações absolutamente privilegiadas com ele.

Assim, as mulheres se beneficiam do sexo masculino unicamente em que esse direito lhe é concedido pelos homens, seja porque eles o emprestam ou porque o impõem a elas: Daí a ideia de que o gozo masculino está em primeiro plnano e de que ele é essencial”

GÊNIO!

Como as relações homossexuais, na maioria das vezes, são uma cópia da dinâmica heterossexual, vamos observar essa relação de “beneficiador” e “beneficiado” entre o ativo e o passivo, ou entre o hétero e a beesha que ajoelha e chupa sem receber nem um afago.

Aliás, não se enganem achando que isso é um resultado da falta de ativos, muitas MESMO com um peguete marcado chupariam um hétero São Sebastião se ele aparecesse no meio do caminho.

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Inclusive, me lembro de um comentário antigo que uma gay postou aqui no blog. Ela disse que estava no terminal esperando para se encontrar com o peguete, mas apareceu um cobrador de pau duro perto dela e, num rompante, ela foi capaz de fazer o cobrador gozar ANTES de pegar o próximo Transcol.

Se não é falta de ativo, então é o quê?

Exatamente o que falou Foucault: não é preciso que o passivo ou a mulher sintam prazer físico numa relação com um homem para que seja considerado sexo, importa é que esse homem goze e, como resultado, inicie e finalize o sexo.

Afinal, se o pau descer acabou a trepada, certo? Mas não deveria ser assim…

Agora eu como você, amor

Agora eu como você, amor

Entre as mulheres isso se dá de forma diferente, devido ao sexismo influenciar bastante a vida sexual delas, mas com as beeshas, que também são homens e se beneficiam da liberdade sexual masculina, é clara a superioridade e a importância do gozo do ativo sobre o gozo do passivo.

Sim, importância também! Quantas de vocês já ouviram amigas contando que treparam, não gozaram, mas mesmo assim o sexo foi maravilhoso? Você não vê um ativo dizendo que uma beesha larga o suficiente pra não fazê-lo gozar tenha sido um bom sexo. E por que não fala?

Porque a relação gay, no auge da sua heteronormatividade, não considera completo o sexo que não termina com o penetrador ejaculando, mas considera sexo (e satisfatório) aquele em que só esse penetrador ejacula.

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Tá na hora de vocês pararem de retroalimentar esses caras, meus amores, já passou da hora!

Sim... :'(

Sim… 😥

Exijam prazer recíproco, nem que seja um afago na sua cabeça, ou qualquer coisa além da famigerada mãozinha atrás do pescoço para evitar contato físico e não ferir a sua “heterossexualidade”.

Porra não é agradecimento.

Cunete está permitido!

ATENÇÃO! Cunete está permitido!

Por que nós copiamos os héteros?


hahhahahh

Pode cortar a dominação de Tchynna Turner

Antes de qualquer coisa eu quero dizer que estou adorando essa polêmica com a Tchynna. Enquanto vocês acham que sou eu postando, eu estava esse tempo todo coçando a minha perereca assistindo toda a filmografia do Filmes Online Grátis. De Um Lugar Chamado Nothing Hill até Invocação do Demônio.

Mas fiquei com pena da Tchynna trabalhando sozinha esse tempo todo, e por isso resolvi postar. Então vamos ao tema.

Eu estava lendo um artigo da Judith Butler semana passada – uma sapa feministona poderosíssima como a espada de um samurai -, chama-se Regulações de Gênero (você pode baixar clicando AQUI) e lá ela fala sobre as diferenças entre homens e mulheres e como essas diferenças determinam os comportamentos de gênero.

Ela dá na nossa cara e diz claramente que o sexo heterossexual é uma relação de dominação que reflete os papeis de gênero da sociedade.

Diz também que o único gênero que existe é o masculino, sendo o gênero feminino a representação da falta das características do homem, ou seja, enquanto o masculino é representado pela força, vitalidade, proatividade, inteligência superior, agilidade e destreza, o feminino representa a fraqueza, delicadeza, apatia, mediocridade, minúcia e principalmente a dependência.

Meu papel de gênero

Meu papel de gênero

Mas o que isso tem a ver com os viados?

Tem tudo a ver quando a gente pensa na relação homossexual copiar os papeis de gênero. Lógico, ninguém nos ensinou a ser gays, então o que a gente entende por relacionamento nada mais é que uma tentativa de repetição do relacionamento heterossexual.

Com raras exceções, e não necessariamente ligado a ser afeminado ou masculinizado, os papeis de ativo, passivo e até mesmo dos versáteis acabam por resvalar em comportamentos vistos na relação heterossexual: Desde o sexo até as relações do dia a dia, o ativo e o passivo (e os versáteis dependendo da sua posição sexual no momento) copiam os papeis de “homem e mulher” conhecidos.

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E por que isso acontece?

Judith vai dizer pra gente que isso acontece porque o gênero ainda está entrelaçado com a sexualidade, ou seja, a maneira que você se comporta na cama diz muito sobre como você se comporta na relação com o outro, e sempre vai existir uma relação de subordinação, não há igualdade nem mesmo entre os versáteis, nos quais um dos parceiros se comportará mais passivo que o outro, psicologicamente.

Isso explica porque os homens héteros têm tanto medo de dar o cu (mesmo pra esposa usando cinta-caralha), pois isso descaracteriza o seu gênero.

Porém isso não está ligado a ser homem/mulher ativo/passivo, a dicotomia existe mesmo quando a parte passiva é quem come, compreendem? Por mais que a gente tente subverter a norma não dá pra fugir da separação de gênero, um dos parceiros sempre vai cair num dos papeis já conhecidos.

Um gif de homem gostoso aleatório pra vocês descansarem o cérebro desse texto científico

Um gif de homem gostoso aleatório pra vocês descansarem o cérebro desse texto científico

E isso é corriqueiro, acontece sem a gente perceber e pode mudar dependendo de quem você se relaciona, mas ele nunca estará ausente, porque essa é a norma, não é um modelo.

Segundo o texto:

“Se gênero é uma norma, não é o mesmo que um modelo ao qual os indivíduos buscam aproximar-se. Ao contrário, é uma forma de poder social que produz o campo inteligente dos sujeitos (o que os torna gente, indivíduo inserido numa sociedade) e um aparato mediante ao qual se instituem os binários de gênero”

Como tudo isso existe há muito tempo, mas ninguém sabe de onde veio, deduz-se que é natural, as coisas são e sempre foram assim: ERRADO.

Essa é uma das grandes armadilhas da heteronormatividade.

Mulhé vestida con rôpa de hôme

Mulhé vestida con rôpa de hôme

O pior é que é praticamente impossível de se desvencilhar desses papeis de gênero, porque quando você inverte você apenas espelha pro outro lado, e se você se mantém entre os dois, torna-se abjeto, excluído, não consegue nem arrumar um parceiro.

De algum modo o controle nos cerca de todos os lados, e a única saída, pelo menos por enquanto, é a quebra dessa divisão marcada entre passivo e ativo.

Calma! Não tô falando que a senhora não pode só dar ou só comer (porque eu não vou comer alguém tão cedo hahaha), mas que aos poucos a gente pare de copiar os héteros, pelo menos nas nossas relações.

Eu parar de dar, Max? hahahah

Eu parar de dar, Max? hahahah

Nada de separar quem é a cabeça da relação, ou quem é mais sensato, ou o mais delicado emocionalmente, ambos devem tentar ser um pouquinho de tudo, porque  assim a relação se equilibra e a gente pode futuramente, quem sabe, se livrar dessa dicotomia de comportamento.

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O que vocês sentem sobre isso? Percebem que nos seus relacionamentos existia uma diferença marcante de papel entre você e seu namoradinho?

Ah, leitura adicional: Clique aqui

Estereótipos e arranca rabo no Facetruque


Sou descolada, CALABOK

Sou descolada, CALABOK

Voltei! Fiquei sem internet desde sábado e por isso não postei nada, tudo isso porque me mudei no final de semana e nada nesse mundo fazia os preguiçosos da NET aparecerem aqui em casa. E acho bom meishmo, porque aqui no morro só sobe quem os mano conhece, valheu?!

Antes de mais nada quero agradecer ao fofo do Dé que fez aquele post surpresa pra mim, e a todas as gatiras que comentaram tanto ali quanto no Facebook (por mais que eu ache mais pêsame que felicidade fazer 23 fucking anos, agradeço).

E o primeiro post da semana já começa quente e cheio de discussão cabeluda. Existe uma página no Facebook chamada “Gay por Acaso”, na qual situações cotidianas de casais heterossexuais são satirizadas e transportadas pro universo LGBT, cata algumas publicações:

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Eu não gosto desse tipo de humor sexista, e vocês já estão carecas de saber. Mas é certo que muitos de vocês riram com as imagens acima, tudo bem, o humor é livre.

Acontece que uma racha feministona foi mais além e travou uma discussão com os caras, acompanhe (clique nas imagens para ampliar):

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Por mais que tenha sido escorraçada pela amapoa, a gente sabe que beesha que é beesha não deita assim, fácil.

E, numa tentativa desesperada de sofismar contra a moça, solta a seguinte pergunta: “Então você acha que as pessoas devem ser andróginas?”

Max:

Nem pense nisso, bee!

Nem pense nisso, bee!

Ela, muito saborosa, responde:

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E, por fim, um urso aleatório mata a pau:

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O post é basicamente isso. O que eu quero saber de vocês é o seguinte: Vocês concordam com a opinião da Heloisa quanto a página perpetuar preconceitos sexistas ou concordam com o “Gay por Acaso”, que isso é apenas uma forma de humor inocente?

Se bem que, pela resposta do pessoal da página, parece que eles realmente acreditam numa divisão social de papeis entre homem e mulher, o que seria absurdo demais para mim e por isso prefiro acreditar que é só humor.

Vamos votar?

Dica do Hugo