Pedro Bial comanda “Na Moral” em defesa da união gay


Demorou, eu sei, mas é muita correria pra pouco tempo.

“E lá vem a noiva. Não. Lá vêm as noivas. O mundo está perdido ou o mundo está mudando?” Com essas palavras, Pedro Bial iniciou um programa diferente: duas noivas (Aline e Simone) no palco, se preparando para o casório a ser realizado ali mesmo, em rede nacional, para milhões de telespectadores.

Bial trabalhou com o conceito de família, acima de tudo. Conversou com os filhos, trouxe outros casais para o debate e, inclusive, mostrou a postura contrária de algumas pessoas, como por exemplo, o juiz Luiz Marques, que negou o pedido de conversão de união estável em casamento civil do estilista e ativista Carlos Tufvesson, titular da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (Ceds) da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Finalmente um programa de utilidade pública. Finalmente, os dois lados da moeda, um passo a mais pra evolução do Brasil. Pedro Bial conseguiu se redimir comigo.  A cerimônia foi celebrada por Maria Berenice Dias, ex-desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), atual presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família e um dos principais nomes na defesa dos direitos LGBT no Poder Judiciário.

Acho que nem todo mundo percebeu a importância desse compacto da Rede Globo, entretanto, foram os nossos 30 minutos de glória! Após anos de invisibilidade, a causa homossexual começa a ser inserida na casa das pessoas através da maior e mais poderosa emissora do Brasil. Beijo não teve, mas aconteceu a troca de alianças e votos (chorei litros), a celebração do amor de duas lésbicas, o fato de que uma família diferente também é família estava lá.

Pra fechar com chave de ouro, fica uma daquelas frases do Bial: “Hoje em dia, os homossexuais são os únicos que insistem em lutar pela instituição do casamento. E mesmo assim, ainda teimam em negar esse direito a eles”.

Câmara debate amanhã proposta que abre caminho para a “cura gay”


Duas resoluções do Conselho Federal de Psicologia, que orientam os profissionais da área, poderão ser derrubados durante a audiência pública na Câmara dos deputador, nesta quinta-feira, 28. O deputado João campos, líder da bancada evangélica na casa, apresentou projeto de lei que pode fazer com nós, lindinhos, voltemos a ser vistos como “DOENTES”.

“Entendo que a matéria não pode ser vista apenas sob a égide de uma única classe profissional, pois alcança a sociedade de uma forma geral. O tema requer um estudo e uma análise aprofundada, levando em consideração os aspectos científicos e também sociais que o envolvem” (…) Entendo que a matéria também deve ser submetida às pessoas que desejam buscar na psicologia ajuda em virtude de dúvidas quanto à orientação sexual”, declarou o parlamentar à Agência Câmara.

A sessão de debate será realizada às 9h30 pela Comissão de Seguridade Social e Família, da qual Campos é suplente. Não que isso influencie, é claro. Como, no ano de 2012, um absurdo desses pode ser pautado? Tenha santa paciência, Sr. Sociedade!

Como diria Robin Tyler: SE A HOMOSSEXUALIDADE É UMA DOENÇA, ENTÃO DEVERÍAMOS AVISAR DIARIAMENTE NO TRABALHO: OI, NÃO POSSO TRABALHAR HOJE, AINDA ESTOU GAY.

Fonte. 

Disque Defesa Homossexual – Projeto de Lei


O Disque Defesa Homossexual terá como principal objetivo oferecer um serviço de denúncia e amplificação do direito à segurança e a orientação da população LGBT em situação de violência e discriminação. O importante aqui é que o projeto de lei foi protocolado pelo Deputado Doutor Hércules e ainda deverá passar por aprovação. Abaixo o documento assinado pelo deputado.

São Paulo registra 60 uniões de gays por mês


Mais de um ano após o Supremo Tribunal Federal legalizar a união estável de homossexuais, a cidade de São Paulo teve 720 registros entre casais do mesmo sexo. Os dados são do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB-SP), o levantamento foi feito em 26 cartórios do total de 32 existentes na capital.

A decisão do STF oficializou a união e fez a relação homossexual ser tratada como um tipo de família. Os casais gays passaram a ter o direito de receber pensão alimentícia, herança e serem incluídos em plano de saúde do companheiro, além de poder adotar filhos, fazer inseminação e registrá-los em seu nome.

Entretanto, meus caros, esses números não significam um aumento de registros. Pelo contrário, houve uma redução de 19% no registro pela união estável em um ano. No 26.º Cartório de Notas, que fica no Centro de São Paulo, o número de registros de união estável foi menor após a oficialização. Entre maio de 2010 e abril de 2011 o cartório registrou 221 contratos de união estável homoafetiva. Já no período entre maio de 2011 e abril de 2012, foram 179 documentos.

Fonte: Jornal da Tarde

Senado Brasileiro promove seminário sobre Criminalização da Homofobia


Começou por volta das 10h30, o seminário “Diferentes, mas iguais” sobre o projeto de lei, PLC 122, que criminaliza a homofobia. O encontro foi uma iniciativa da senadora e presidente do Senado, Marta Suplicy e está sendo realizado no Auditório Petrônio Portela do Senado.

O seminário ocorre na véspera da 3ª Marcha Nacional contra a Homofobia, que vai acontecer em Brasília no dia 16 de Maio. Durante o evento, a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais ) entregará aos senadores documento pedindo a aprovação do PLC 122.

Temas como o papel do Estado na construção de uma sociedade de respeito à diversidade; políticas positivas de combate à homofobia e aspectos constitucionais e legais da criminalização da homofobia, serão discutidos durante o evento. Haverá ainda testemunhos de vítimas de homofobia e seus familiares.

O seminário foi aberto pelo presidente da ABGLT, Toni Reis, que citou exemplos do Chile, que no mês passado aprovou a criminalização da homofobia (após o assassinato de um jovem homossexual); e da Argentina, que em 2010 aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e destacou também a declaração do presidente norte-americano, Barack Obama, de apoio ao casamento gay.

Segundo Suplicy: “Agora, não só a Europa, mas também a Argentina e outros países vizinhos avançam neste tema e na proteção da diversidade. E o Brasil caminha para trás, um país que deixou, por 16 anos parado na Câmara dos Deputados, projeto que regulamenta a união civil entre pessoas do mesmo sexo e há dez anos não consegue levar a voto de maneira bem sucedida, projeto que trata de direitos humanos e respeito à cidadania, não é um país que está somente parado e, sim, retrocedendo na questão dos direitos humanos”.

Marta Suplicy ressalta ainda que a sensibilização dos parlamentares só vai ocorrer, porém, com mobilização cívica, na medida que as pessoas entenderem que os direitos humanos estão sendo desrespeitados e que as agressões estão se tornando cada vez mais violentas. A senadora acredita que a maioria dos cidadãos brasileiros não concorda que um cidadão homossexual seja vítima de preconceito e lamentou que isso não esteja se refletindo em ações concretas.

Fonte: http://migre.me/95F0V e http://migre.me/95F1P

Campanha ABGLT incentiva estudantes a denunciar bullying


Devido ao aumento de casos de alunos vítimas de homofobia nas escolas brasileiras, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) lançou uma campanha para incentivar os estudantes/vítimas a denunciarem as agressões. Além disso é recomendado que a vítima registre um boletim de ocorrência nos casos de agressão, ligue gratuitamente para o Disque 100 e ainda envie a denúncia para presidencia@abglt.org.br, para que o caso seja acompanhado.

Conferências LGBT pelo estado


Um fato inédito e histórico está acontecendo em nosso estado. Estão acontecendo as chamadas conferências LGBT em vários municípios (Grande Vitória e interior) que ditarão as demandas e projetos dos poderes públicos voltados para nós.

A de Vitorinha será 19 e 20 de agosto, cata:

A da Serra será no dia 27 e 28 de agosto.

Informe-se sobre a da sua cidade, se inscreva (sim, tem que se inscrever!) e PARTICIPE! É sua chance de tomar alguma atitude política em prol da classe LGBT.

Fique atento porque logo terá também a estadual, que nós, certamente, divulgaremos por aqui.

P.S.: Se você precisa/curte certificados, vai rolar, tá, bunita? Ou a senhora prefere ficar devendo horas de atividade complementar na faculdade? Tsc, tsc, tsc…

#MARCHADALIBERDADE


Sábado (18) é dia de se manifestar. A partir das 14 horas, representantes de vários seguimentos sociais minoritários sairão do Estacionamento do Teatro da Ufes, seguindo pela Rua da Lama -> Clube dos Oficiais -> Camburi -> Praça dos Namorados a fim de manifestar sua indignação junto a sociedade e ao poder público.

Você está cansado de ficar apenas reclamando de seus direitos que nunca vem? Fica aí sentadinho na frente do computador, “xingando muito no twitter”, esperando que nossos parlamentares espontaneamente criem leis que garantam nossa igualdade na sociedade? Levanta este edí daí e vem pra rua com a gente pelos nossos direitos como legítimos cidadãos brasileiros.

Nossa missão: temos que MARCAR presença, mostrar que estamos lá. Por isso precisamos ter bandeiras, camisas, fazer intervennções com drag queens, beijar-nos. Além disso, temos que ajudar a virilizar isso via redes sociais (facebook, twitter, msn, tumblr até orkut e fotolog) chamando pessoas amigas e conhecidas. Queremos levar uma multidão para as rua!

No dia da reunião da organização estavam presentes e confirmaram participação no evento o DCE-Ufes, Núcleo Fora do Eixo, Movimento Passe Livre, Tamo Junto (hip hop), Rede carangueijo (Associação Cultural de Artes Cênicas), MTL, Movimento pelos Desabrigados de Barra do Riacho, Plur@l, Movimento Marcha da Maconha, Núcleo de Amor a Biodiversidade, Organização Capixaba de Cineclubes, Fejunes e Via Campezina. Outros grupos ainda estavam sendo convidados para participarem desta festa pela cidadania plena.

Saiba: a #marchadaliberdade é um movimento nacional, iniciada no ano passado em São Paulo. Ele ocorrerá aqui e simultaneamente em vários locais do país. Conheça a história e o manifesto no site oficial aqui.

Além dsso, confirmem presença no Facebook. Até agora quase 2 mil pessoas já confirmaram.

Somos livres! Em casa, somos poucos. Unidos na rua somos muitos.

Informação como arma contra homofobia


Acabo de ler o excelente texto do blog Eleições Hoje, do kit de combate a homofobia  nas escolas, apelidado incorretamente de “kit gay” do qual já falamos aqui.

Na época, por falta de informação, Max se posicionou contrário ao material, por ter se baseando justamente na visão do inimigo dos gays, o Dep. Bolsotário que deturpou totalmente o objetivo e o conteúdo do material. Daí a importância de nos informarmos melhor sobre o tema para nos posicionarmos de maneira mais coerente. Ao contrário do que diz o deputado, que muito nos envergonha, o objetivo real do kit não é o de  “incentivar as  crianças virarem gays”, até porque sabemos que não existe essa história de “virar” qualquer coisa, mas sim de combater a intolerância aos homossexuais nas escolas. Vejam:

O deputado Bolsonaro, além de fazer esse desserviço a sociedade distorcendo o conteúdo verdadeiro do material apresentado ao MEC, não revelou dados importantes da pesquisa realizada em 11 capitais (Vitória não está incluida, mas aqui não é muito diferente) a qual pautou o conteúdo e a necessidade de criação do kit de combate a homofobia nas escolas:

  • Em geral, havia desconhecimento dos conceitos, orientação sexual e identidade de gênero, conforme definidos os marcos da pesquisa. A sigla LGBT é pouco conhecida. Gênero é o jeito da pessoa, a personalidade.
  • Existe uma invisibilidade dos estudantes LGBT nas escolas. A percepção é que a quantidade de gays é muito pouca, mas é maior do que a de lésbicas. Não foi visto nenhuma travesti ou transexual nas 44 escolas analisadas. “Nunca existiu na escola um caso de gay ou lésbica, porque os alunos daqui são muito novos. É depois dos 15 anos que você vira gay.” “O homem, para diagnosticar, é mais fácil, percebemos alguma coisa.”
  • Percepção da escola como ambiente hostil. “Travestis frequentam essa escola ou não?” “Não, não, não, graças a Deus, não!” Um aluno disse isso: “Graças a Deus, não!”
  • Percepção da diversidade sexual com base nos estereótipos. “Gay a gente conhece pelo jeito de andar, a própria anatomia, porque geralmente as lésbicas não têm cintura afinada”, disse um professor.
  • O sentimento de autoridades, educadores e de estudantes em relação à pessoa LGBT variaram, em uma escala que vai de normal até estranhamento, repulsa e nojo. “Eu, quando vejo dois caras se beijando, acho supernojento”. Disse um estudante. Uma professora de Goiânia disse: “Eu não acho normal, eu não acho bonito. Eu não. Para mim não é normal. Eu acho que Deus fez o homem e a mulher. Só, só.”
  • Postura, atitudes da escola perante estudantes. Não há uma diretriz oficial. A postura da escola é tratar todos com igualdade e respeito, mas, na prática, a escola dificulta que estudantes LGBT assumam sua orientação sexual. “Se o comportamento deles fosse condizente com o dos outros normais, não haveria problema”.
  • Existe a homofobia na escola, mas, de certa forma, é negada, primeiro, pelo discurso que refuta a existência de LGBT estudantes “Não, aqui não tem estudante LGBT, então, não pode ter homofobia.”
  • A percepção da homofobia na escola é maior entre os estudantes que as autoridades. Os estudantes sabem mais que a homofobia está lá que os professores. “Teve outra vez que ele apanhou, veio à Secretaria e falou, mas não adiantou muito. Ele foi para outra escola, trocou de turma, mas não adianta, os garotos pegaram e bateram nele mesmo.”
  • A homofobia é vista como fenômeno natural. Existe uma influência religiosa importante, a culpabilidade da população LGBT.  Causa e conseqüências: “Isso é coisa do diabo”, disse um professor de Porto Velho. Acho que é um certo machismo dos homens, mas muito forte.
  • As consequências da homofobia relatadas foram: tristeza; depressão; baixa autoestima; perda de rendimento escolar; evasão escolar; violência e suicídio.

Ocultar estes fatos, ignorá-los em detrimento de questões eleitoreiras além de ser canalha é criminoso: crime contra a justiça social e os direitos humanos em nosso país.

Enfim, não quero ser hipócrita e tampouco quero apresentar a MINHA visão a respeito do TÃO polêmico vídeo “Encontrando Bianca”, o que seria ir de encontro a prática do deputado. Posto-o aqui e peço para que dêem suas própria opiniões sobre este material, observando se tem algo de IMPRÓPRIO para alunos de ENSINO MÉDIO ( e não de ensino fundamental como dito pelo deputado):

Postem suas opiniões nos comentários, por favor.

E não deixem de ler o texto Diga NÃO ao kit gay para se informar, só a verdade nos libertará. E também assinem o abaixo-assinado em favor do kit bem aqui.

Retrospectiva 2010:


A Presidência de Lula foi marcada pelo avanço no reconhecimento de direitos LGBTs

O Brasil seguiu com grandes vitórias, apesar do aumento de mortes devido a homofobia. Segundo dados divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), no ano passado 198 pessoas foram mortas em razão de preconceito e intolerância quanto à orientação sexual. Este ano,  já estão documentados 232 assassinatos. “Nunca, em 30 anos, esse número chegou a ultrapassar 200. Isso faz do Brasil o campeão mundial de assassinatos sobretudo de gays e travestis”, afirmou o antropólogo Luiz Roberto de Barros Mott, professor da UFBA, Universidade Federal da Bahia e fundador da ONG baiana.

Corpo de Travesti assassinada no Centro Industrial de Aratu II

Ainda segundo ele, até 2002 havia uma média de uma morte de gay ou travesti a cada três dias; hoje essa média seria de um homicídio em menos de dois dias. Mott também lamentou que o governo atual não tenha capacitado a segurança pública para proteger a comunidade gay da população e nem criado um sistema de informações sobre a violência contra esses grupos, conforme previsto na segunda edição do Plano Nacional de Direitos Humanos, aprovado durante o governo FHC.

O professor e antropólogo ainda aponta as contradições entre a violência dos crimes de ódio e as ações favoráveis ao segmento LGBT. O país que mais mata LGBTs é também o realizador da maior parada gay do mundo, em São Paulo com mais de 3 milhões de pessoas. Para Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT), as contradições da sociedade podem ser verificadas entre os Três Poderes.

Enquanto o poder Executivo promoveu a primeira conferência nacional sobre o tema, iniciou a implementação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT e recentemente criou o Conselho Nacional Combate à Discriminação e o Poder Judiciário deu ganho de causa em mais de 780 ações para a união estável, direito de adoção e condenações a práticas discriminatórias; o Legislativo ainda não aprovou o projeto de  lei, em tramitação desde 2001, que define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.

O presidente da ABLGBT espera que, com a mudança da composição do Senado que começa em fevereiro de 2011, o projeto de lei, já apreciado na Comissão de Assuntos Sociais e na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, venha a ser aprovado. E ele ainda afirma: “O problema no Legislativo é uma questão de fundamentalismo religioso”.

Além da nova legislação, Toni espera que no próximo ano a futura ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, convoque a 2ª Conferência Nacional LGBT e dê continuidade ao Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos desses grupos, que, segundo ele, foi 60% implantado.

E que venha 2011, com mais respeito e dignidade para nós!!