Domingo passado, durante a Caminhada da Juventude no Fórum Social Temático, em Porto Alegre, o estudante William dos Santos, 20 anos foi agredido com socos e pontapés por dois homens. No dia do ocorrido (05/02), quando se aproximava do ponto de ônibus em frente à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no centro de Porto Alegre, o jovem foi surpreendido por dois homens que começaram a fazer xingamentos e em seguida partiram para a agressão.
“Eles me deram muitos socos e pontapés. Foi tudo muito rápido, mas tenho certeza que sou mais uma vítima da homofobia. Me chamavam de ‘viado’ a todo instante”, disse o estudante. William teve quatro dentes quebrados e permaneceu com o rosto inchado por alguns dias. Os dois agressores roubaram o tênis e uma bolsa do jovem.
“As pessoas que me agrediram não são seres humanos. Vou seguir minha vida e não desejo isso para ninguém”, completou.
O estudante recebeu manifestos de apoio através dos mais de 39 mil compartilhamentos no Facebook, contabilizados até as 22h de quinta-feira. No boletim de ocorrência, segundo o delegado Paulo César Jardim, titular da 1ª Delegacia de Porto Alegre, consta roubo e não homofobia.
O delegado explica que as fotos dos supostos agressores já estão na delegacia. “Temos as fotos de alguns homens que podem ter agredido este garoto. Porém, ele precisa vir até aqui para identificá-los. Vamos aguardar. Espero que ele venha para podermos solucionar este caso”, diz. O delegado afirma ter pedido diversas vezes para o jovem prestar depoimento e que não foi atendido até agora, cinco dias depois do corrido.
William dos Santos atuou por dois anos na ONG Somos, que defende a causa LGBT. Entretanto, declara: “Tenho a convicção de que eles não vão ser encontrados. Esse tipo de agressão sempre fica impune”. Entramos em 2012 já com muitos casos de homofobia. Está ficando corriqueiro. E há muitos casos que não são denunciados. Eu acredito na minha causa e sei que posso ir adiante. Não quero vitimizar a minha pessoa, mas sim dar ênfase ao caso para que isso não aconteça mais em qualquer parte do Brasil”, diz.
“Não posso parar minha vida por isso, mas também não posso deixar passar em branco. É um fato doloroso, mas estou tendo apoio”, desabafa.