Nova Coluna: Teorias Polêmicas sobre a Homossexualidade


Como prometido ontem, hoje eu vou começar uma coluna nova sobre Teorias Polêmicas sobre a Homossexualidade. Vou contar aqui pra vocês várias teorias no mínimo engraçadas sobre a homossexualidade.

Vão rolar teorias da Psicanálise, Behaviorismo, Espiritismo e até das religiões de matriz africana.

A primeira, pegando o gancho no post de ontem, é: Sob o ponto de vista da Psicanálise, por que os homens gays têm tanto pavor de vaginas?

Então senta pra gente estudar

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Nada desse texto é meu, tudo é basicamente uma compilação de uma série de artigos que li sobre pensadores que têm recalque com a Psicanálise.

Antes de começar vamos ler um texto de Lacan (discípulo de Freud) sobre o assunto:

Para os gays, a mãe mostra ter sido a lei para o pai num momento decisivo, no momento que a intervenção proibidora do pai deveria ter introduzido o sujeito na fase da dissolução de sua relação com o objeto do desejo da mãe, é cortado pela raiz qualquer possibilidade de ele se identificar com o falo (pênis), o sujeito encontra na estrutura da mãe, ao contrário, o suporte, o reforço…que faz com que essa crise não ocorra.

Ou seja, em vez de perder o desejo pela mãe (e passar aí a procurar outra mulher) ele se apega ainda mais a ela, como um exemplo de comportamento, num momento que deveria acontecer com o pai a identificação e a rejeição da figura masculina, por esta ter proibido o desejo dele pela sua mãe.

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Nossa, não entenderam nada, né?

Basicamente ele quis dizer que a figura do pai e da mãe (que não precisa ser do sexo masculino e feminino) tem papeis distintos no desenvolvimento da criança. O pai simboliza a figura da lei, das regras, e é o antagonista da relação do filho com quem faz o papel da mãe, a protetora, por quem o menino é apaixonado na infância.

Tá, tudo isso é contestável, porque se formos pensar numa relação feminista, mãe e pai não dividem esse papel da mesma maneira e, segundo essa teoria, todos filhos de feministas deveriam ser beeshas. Mas não são.

Aí vem a bomba, o motivo do medo da vagina:

Como o menino percebeu que a mãe ditou a lei ao pai, e ele sabe que também é homem e tem o falo, vê na vagina o medo de ter o seu falo engolido do mesmo modo que o falo do pai foi engolido pela mãe (tudo isso no universo simbólico)! BAFO!

E daí ele desenvolve não somente uma aversão, mas um PAVOR da vagina comer seu falo, seu pênis.

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E tem mais! Ainda segundo essa teoria, o homem gay procura o pênis no parceiro porque vê nessa relação a possibilidade de fazer o papel feito pela mãe na relação dos pais: Comer o falo do parceiro assim como a mãe comeu o falo do pai.

E deveria ser o contrário, ele deveria procurar uma mulher para fazer o papel de lei que é feito normalmente pelo pai, mas no caso dos gays foi feito pela mãe.

Procurando o falo

Procurando o falo para comer

Lembram quando fiz aquele post sobre homens trans e quando eu disse que eles tinham vagina, vocês quase morreram? Pois é.

Claro que vamos encontrar inúmeras exceções à regra, mas é uma das explicações desse pavor que alguns gays tem da vagina, a ponto de tecerem comentários ofensivos sobre ela sem NUNCA ter nem tocado em uma perereca.

Mas e vocês, o que acharam dessa teoria? Polêmica, néam?

p.s.: Isso é UMA interpretação da teoria, gente! Vão existir outras várias, não venham me xingar caso você seja da Psicologia e não concorde, tá? Esse texto é um deboche não com a Psicanálise, mas com teóricos que levam os textos de Freud ao pé da letra.

17 comentários sobre “Nova Coluna: Teorias Polêmicas sobre a Homossexualidade

  1. É polêmica, mas Freud teve muitas teorias polêmicas e muitos seguidores até hoje…faz sentido sim. Até hoje, em meus relacionamentos de amizade com lésbicas, nunca ouvi comentários maldosos das mesmas sobre pênis ou homem. Somente falam que gostam de mulheres, o assunto é este e pronto.
    Esta teoria faz sentido sim, porém não deve servir como desculpa para muitos gays fazerem comentários ofensivos e acharem “normal”… não é justificável, nunca. Não estou dizendo que seu texto diz isto, muito pelo contrário… mas se eles realmente querem ter amigas mulheres tem que aprender a respeitar e amadurecer esta infantilidade de ter nojo de vagina, já que eles não se relacionam com mulheres e não tem uma vagina, que pretensão tem quando demonstram nojo ou divulgam idéias misóginas a respeito do corpo feminino? São as mulheres que convivem com menstruação e sua vagina a maior parte do tempo, e seus parceiros/as uma pequena parte do tempo também, gays nunca entrarão em contato com uma vagina, então sem motivo para sentir nojo.

    • Olá Maria, olá Max…

      Eu sou gay e não tenho nojo de vagina! parte da descrição feita acima pelo nosso amigo tem fundamento psicologico antigo. mas essa de ter nojo de vagina nunca ouvi. Aliás os homossexuais em geral respeitam as mulheres e têem-nas como idolos e divas…
      Nunca generalizem seja o que for.
      Eu sempre vejo um gay com uma melhor amiga…os gays e as mulhes dão se muito bem…Sejam amigas dos gays, nós precisamos muito de vós e combatam o preconceito pois nós gays já não sabemos como responder 😥
      beijão pra todos!

  2. Eu tenho medo de entrar no profundo, úmido e desconhecido. Cu eu conheço, porque eu tenho.

    Sem contar que o pênis parece um pirulito, alegre, bonitinho e carnudo sorrindo para você – http://iblog.co.za/wp-content/blogs.dir/9370/files/2010/08/penis-smile.jpg

    Já a vagina temos a impressão de que é uma cavera, úmida e assustadora – http://www.pylos-voidokilia.com/paliokastro/03a_Nestor-Cave-entrance.jpg

    Estou dramatizando para representar uma parte do que eu acho que possa ser.

  3. E a relação de Marx com a secundarização das mulheres! Existe? Esse nojo de vagina existe mesmo? Não seria uma forma de se afirmar mais gay (homem) do que o outro? E a mãe não tem vagina ou se pensa nela faltando uma parte? Minhas amigas sapas tem todo meu respeito em todo o seu ser!

  4. haha as duas figuras do Bill são bem pejorativas, sem querer levar para o lado pessoal…. se vc fizer uma pesquisa básica Bill, encontrarás pênis cilíndricos, brancos, pretos, roxos, tortos, retos, com veias sanguíneas saltadas, ou não, com saco escrotal grande, ou pequeno, de diversas cores, simétricos ou não. Se fizeres a mesma pesquisa com vaginas, encontrarás vaginas depiladas, com pelos, grandes lábios simétricos, ou não, pequenos lábios rosados e pequenos, ou grande, roxos ou vermelhos, tamanhos de diâmetro da vagina também variam. Sua preferencia pelo ânus, pois vc tem um e conhece, deve ser entendida com respeito, porém não se pode generalizar e dizer que toda vagina é suja, muito pelo contrário, se fosse assim, ninguém sentiria tesão por um órgão onde saem fezes. Bom, não vou me aprofundar na questão, não quero convencer todos de que o que eu gosto é melhor, apenas meu ponto de vista. E o belo, atribuímos aquilo que amamos, sempre. Os órgãos sexuais femininos não são somente o orifício vaginal, envolvem a parte externa, seios, etc…. se você ver um nú frontal de uma mulher e ao lado de um homem o que choca mais? As revistas de nú com mulheres são mais comercializadas, fato machista, porém somos mais acostumados a ver, sendo assim muitas vezes por este motivo traz mais aceitação pelo público.

  5. Então meninos, acho que muitas vezes o nojo de vagina não é real não. Alguns amigos gays já relataram para mim que gostam e se excitam ao ver filmes eróticos e pornográficos com mulheres. E quando faziam as afirmações misóginas era sempre na frente dos amigos gays, quando estávamos entre meninas, e um gay perdido no meio delas, era outra história.

    • Eles vêem o pornô sim, mas não tiram o olho do pau do boy, ou você acha mesmo que a gente se excita vendo a mulher dando? Lógico que não, é com o homem comendo hahah

  6. Assim como tem pênis bonito e pênis feio, há vagina bonita e vagina feia. Não tenho pavor, medo, horror e nem nada. Já houve uma ~conexão~ e eu percebi simplesmente que não era o que eu queria.

    Sentir nojo e essas coisas é tipo um homem hétero que não gosta de futebol dizer que gosta para se afirmar. Por aí.

  7. Sim sim! sei que se excitam vendo o homem, porém se este nojo todo fosse tão real acho que não suportariam ver mulher alguma nua! Algumas vezes é para se mostrar mais gays na frente dos amigos, acho, quando um afirma, o outro sem personalidade vai lá e reafirma.

  8. Nem os próprios psicanalistas levam mais a sério teorias sobre a origem edípica da homossexualidade. O próprio Freud, diga-se, jamais excluiu a possibilidade de a homossexualidade ser de origem biológica. Hoje, fala-se muito em origem epigenética (explica no próximo post da série, Max).

    Na obra de Lacan – na minha opinião um dos maiores gênios que já houve -, o falo é a lei da linguagem, que impede o gozo completo. É mais ou menos assim: quando adquirimos a linguagem, nos separamos sem possibilidade de retorno do registro do Real, onde estamos fundidos às coisas (e sobretudo à mãe), para nos inscrevermos no registro do Simbólico, onde só temos acesso às coisas através de símbolos (significantes). A linguagem instala em nós a possibilidade de negação do objeto (o não-ser) e a partir daí impede toda fusão do eu com o Outro. Esse lugar de negação é a chamada Falta (le manque), que, segundo Lacan, é onde se estrutura o amor (que busca o retorno à fusão anterior, com dissolução do eu). O falo é portanto o que nos limita: a linguagem. É a Lei. Não tem exatamente a ver com a função paterna, tanto que há as mulheres fálicas. Lacan nunca chegou a desenvolver uma teoria sobre a origem da homossexualidade, e foi oscilando sobre esse tema ao longo da vida. E nem poderia, porque Lacan buscou retirar a psicanálise do campo dos determinismos e fazer dela uma ciência da linguagem e da nossa relação com os significantes (“O inconsciente está estruturado como uma linguagem”).

    Isso tudo só para dizer que não é para levarem Lacan a sério sobre esse assunto 🙂

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